quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Bolsonaro lamenta afirmação do filho: ‘Quem fala sobre AI-5 está sonhando’

Presidente disse não ter visto entrevista de Eduardo Bolsonaro, mas declarou que o deputado é independente e tem idade para ser cobrado por seus atos

Por Da Redação, de Veja


O presidente Jair Bolsonaro repreendeu as declarações do filho caçula, Eduardo, sobre a possível reedição do AI-5 no país (José Dias/PR)

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 31, que o filho caçula, deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), é quem deve ser cobrado pela declaração em que cogitou a reedição do Ato Institucional nº 5 em caso de “radicalização” por parte da esquerda. Bolsonaro disse que o AI-5 foi adotado quando “existia outra Constituição” e que quem pensa em instituir o ato novamente “está sonhando”.
                                                     
“Não existe. AI-5, no passado, existia outra Constituição, não existe mais. Esquece. Vai acabar a entrevista aqui. Cobrem dele. Quem quer que seja que fale em AI-5 está sonhando. Está sonhando. Está sonhando. Não quero nem ver notícia nesse sentido aí”, declarou o presidente na saída do Palácio da Alvorada.

Questionado novamente sobre o assunto, Bolsonaro reiterou que as cobranças devem ser direcionadas a Eduardo. “Olha, cobre você dele. Ele é independente. Tem 35 anos se eu não me engano. Mas tudo bem. Lamento. Se ele falou isso, que eu não estou sabendo, lamento. Lamento muito”.

A declaração de Eduardo foi dada em uma entrevista à jornalista Leda Nagle que foi divulgada nesta quinta-feira, 31. O Ato Institucional nº 5, ao qual Eduardo se referiu, foi baixado em 13 de dezembro de 1968 e abriu caminho para a radicalização da ditadura militar (1964-1985), com a cassação e a suspensão de direitos políticos, institucionalização da censura à imprensa e o endurecimento da repressão com tortura, mortes e desaparecimentos de militantes de oposição.

Eduardo cogitou a reedição do AI-5 quando foi questionado sobre os protestos no Chile e a eleição de Alberto Fernández na Argentina, tendo como vice a ex-presidente Cristina Kirchner. “Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar ter uma resposta. E a resposta, ela pode ser via um novo AI-5, via uma legislação aprovada através de um plebiscito, como aconteceu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada”, declarou.

Os partidos de oposição anunciaram que irão mover uma ação no Conselho de Ética da Câmara para pedir a cassação do mandato de Eduardo. Segundo o líder da oposição na Casa, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), ao ameaçar o povo brasileiro com a volta da ditadura, Eduardo fere mortalmente o juramento que fez ao tomar posse, prometendo defender a Constituição. Além disso, ameaça a instituição que integra, já que o AI-5 provocou o fechamento do Congresso.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que Eduardo, líder do PSL na Casa, poderá ser punido por ter cogitado a reedição do AI-5. Maia disse que a fala é repugnante e deverá ser repelida pelas instituições brasileiras. Ele acrescentou que o país “jamais regressará aos anos de chumbo”.
                                                                                                                        

Aliados garantem que Luciano Leitoa “bateu o martelo” e já escolheu nome para à sua sucessão

Um dos pontos críticos questionados pelos partidários, é que Luciano Leitoa ignora pesquisas e recorre ao antigo método ultrapassado na escolha de quem vai sucedê-lo na Prefeitura de Timon 

Dinair Veloso, Luciano Leitoa e Rafael Leitoa que foi preterido pelo primo 

Aliados bem próximos do prefeito Luciano Leitoa (PSB) garantem de pés juntos com fortes convicções que o mesmo já definiu o nome da atual secretária Municipal de Educação, professora Dinair Veloso como a pré-candidata à sua sucessão na disputa pela Prefeitura de Timon nas eleições municipais de 2020. Nesse sentido, não há mais dúvidas em relação a isso, pois é uma questão de prego batido e ponta virada. Assim, no entanto, eles admitem que o assunto está praticamente encerrado na base aliada. E agora só falta o próprio Luciano Leitoa fazer o anúncio oficial junto aos representantes dos partidos que integram o grupo de sustentação política ao governo local.

Há mais evidências nesse contexto político. E o Blog Ademar Sousa recebeu também informações que são desagradáveis aos comunistas aliados desde o primeiro mandato do prefeito Luciano Leitoa iniciado em 2013. É que, segundo relatos de fontes, Leitoa estaria disposto a dar uma rasteira no vice-prefeito João Rodolfo (PCdoB), deixando-o fora da disputa no mesmo cargo nessa possível chapa encabeça por Dinair Veloso, filiada ao PDT. Há quem diga que João Rodolfo sabe disso. Imagine se ele não fosse o presidente Municipal do PCdoB, o partido do governador Flávio Dino!

Se bem que os comunistas até sonhavam com a indicação do deputado estadual Rafael Leitoa (Líder do Governo na Assembleia Legislativa do Maranhão) como pré-candidato a prefeito sendo escolhido pelo seu primo Luciano Leitoa. Mas isso não passou apenas da vontade do tio de Rafael Leitoa, o ex-prefeito Chico Leitoa, que vem a ser pai de Luciano Leitoa. Chico sempre foi entusiasta pelo lançamento de Rafael Leitoa. Porém, sem o desejo de Luciano antes de qualquer discussão sobre o assunto. Como não tem nada de besta, Luciano encontrou desculpas visando despistar os defensores de Rafael Leitoa, a considerada “velha guarda” do PDT de Timon, aqueles filiados mais antigos convencendo-os de que ele é mais importante permanecendo como representante do município no Poder Legislativo Estadual.

Em conversas reservadas, esses militantes partidários dizem que o prefeito Luciano Leitoa vem contrariando a base aliada, isto é, quando ignora o critério das pesquisas de intenções de votos recorrendo ainda ao método ultrapassado de tirar nomes do bolso sem respeitar a vontade da maioria. Por isso, divide opiniões nesse rumo. 

Ultimamente, a secretária Dinair Veloso ganhou mais visibilidade nas mídias sociais e vem aparecendo constantemente ao lado do sobrinho Luciano Leitoa em eventos públicos. 



quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Polícia e MP do Rio apuram se porteiro mentiu sobre Bolsonaro


Sergio Moro pediu hoje ao procurador-geral da República para investigar citação ao presidente no caso Marielle

Por Leandro Resende, de Veja 


O presidente Jair Bolsonaro em live direto da Arábia Saudita: presidente negou envolvimento no caso (Facebook/Reprodução)

A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio apuram se o porteiro que liga o presidente Jair Bolsonaro aos suspeitos de cometerem a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes mentiu em seu depoimento. Registros do condomínio em que mora Ronnie Lessa, suspeito do crime, mostram que, no dia das mortes, o outro acusado, Élcio Queiroz, anunciou que iria visitar a casa de Bolsonaro, no mesmo local. Sergio Moro pediu ao procurador-geral da República para investigar citação ao presidente no caso Marielle

À polícia, o porteiro afirmou que ligou para a casa 58. E que uma pessoa que ele identificou como sendo o “seu Jair” liberou a entrada de Élcio Queiroz. O suspeito, no entanto, foi até a casa 66, onde mora Ronnie Lessa. O porteiro, então, telefonou novamente, e o mesmo “seu Jair” teria dito que sabia para onde ele estava indo, de acordo com reportagem exibida nesta terça-feira 30 pela TV Globo. Bolsonaro não estava no Rio, e registrou sua presença em duas votações realizadas naquele dia na Câmara dos Deputados.

Uma fonte relatou a VEJA que o porteiro prestou dois depoimentos. No primeiro, relatou que ligou para casa de Bolsonaro. No segundo, confrontado com o áudio de sua conversa, manteve a versão, mas deixou dúvidas nas investigações em relação a veracidade das informações prestadas. A menção ao nome de Bolsonaro pode fazer o Supremo Tribunal Federal assumir a frente da apuração da morte de Marielle.

Nesta quarta-feira, 30, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC), filho do presidente e que também tem uma casa no condomínio do pai e de Ronnie Lessa, divulgou um vídeo em que acessa um computador com dezenas de arquivos de áudios. Ele narra que às 17h13 uma pessoa de nome Élcio solicita a entrada para a casa 65, de Ronnie Lessa.

Carlos alega que não houve contato com a casa de Bolsonaro naquele dia. Mas é possível visualizar que horas antes, às 15h58, houve uma ligação para a casa 58, de Bolsonaro.

O vereador não reproduz a chamada. Não há como garantir o local em que Carlos gravou as chamadas e o vídeo.

Timon e Picos decidem a final da Série do B do Campeonato Piauiense 2019 nesta quinta-feira (31), no Lindolfo Monteiro

Treinador convive com problemas para escalar equipe na decisão da Segundona do Piauiense contra o Picos. Volante Netinho sente dores no pé direito e não treina nesta terça

Por Arthur Ribeiro e Josiel Martins — Teresina/Globo Esporte
                    
      
                          Treino Timon — Foto: Arthur Ribeiro/GloboEsporte.com     

Timon treinou na terça-feira no estádio Lindolfo Monteiro, palco da final da Série B do Campeonato Piauiense contra o Picos, na quinta, às 20h. O treino foi composto basicamente com algumas estratégias defensivas orientadas pelo técnico Marcão. Além disso, reconhecimento do campo do jogo. Porém, algo vem tirando o sono do treinador: o número de baixas que a equipe pode ter no duelo do título da Segundona.

O volante Netinho e o atacante Eduardo se recuperam para a partida. O meio-campo ainda sente dores no pé direito, enquanto o atacante trata das dores nas costas. O meia Bismarck ainda não se apresentou. O jogador está fora de Teresina, tratando de assuntos pessoais. Índio e Breno foram dispensados.

O técnico do Timon reservou a atividade para trabalhar algumas mudanças na defesa e no meio. Os reservas da equipe testaram o poder de defesa dos titulares. No treino, Marcão trabalhou a defesa com: Jaílson; Wallyson, David, Leandro Amorim e Jorge; Amorim, Vitinho e Dudu. A parte ofensiva não foi testada. Netinho, Bismarck, João Pedro e Eduardo, atletas que costumam estar entre os titulares, parecem não ser dúvidas para a partida. Porém, não foram trabalhados.

Marcão lamenta demissões de Breno e Índio antes da final e atua como psicólogo: "Pode prejudicar".

A partida entre Timon e Picos acontece nesta quinta-feira (31), às 20h, no estádio Lindolfo Monteiro, em Teresina. A Águia Soberana precisa de uma simples vitória para conquistar o título. O primeiro jogo terminou com a vitória por 2 a 1 do Picos. O GloboEsporte.com/pi transmite a partida em Tempo Real.



terça-feira, 29 de outubro de 2019

STJ suspende julgamento de Lula no TRF-4 sobre sítio em Atibaia

Decisão atendeu a pedido da defesa de Lula que quer que a Justiça anile antes uma apelação mais ampla pela nulidade do processo
                                                                                                                     Redação, de Veja
                                           
Ex-presidente Lula 

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) acolheu nesta terça-feira a um pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e suspendeu o julgamento de um recurso impetrado pelo petista para anular o processo do sítio de Atibaia, no qual ele foi condenado a 12 anos e 11 meses de prisão na primeira instância.
                                                       
O julgamento estava previsto para esta quarta-feira na oitava turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que é responsável pelos processos da Operação Lava Jato. A expectativa era que o processo de Lula fosse anulado pelo novo entendimento sacramentado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de que os réus delatados devem se manifestar depois dos réus delatores nas alegações finais. A defesa de Lula, no entanto, afirma que há uma apelação mais ampla que discute outras questões de nulidade para ser analisada antes.

A decisão foi tomada pelo ministro do STJ Leopoldo de Arruda Raposo, que está no lugar ministro Félix Fischer, afastado por razões de saúde.


segunda-feira, 28 de outubro de 2019

"Não temos a pretensão de ser governo", diz Baleia Rossi, presidente do MDB

Por Daniel Weterman, do Estadão Conteúdo/Brasília
 
Presidente do MDB, Baleia Rossi 
Com o MDB mais próximo do governo Jair Bolsonaro, o presidente nacional do partido, Baleia Rossi (SP), afirmou que a legenda não vai medir esforços para que a pauta econômica do presidente e do ministro Paulo Guedes tenha sucesso no Congresso Nacional, mas ressaltou que o partido não tem a "pretensão de ser governo". Mesmo tendo um emedebista como titular no Ministério da Cidadania (Osmar Terra) e dois líderes do governo (Fernando Bezerra no Senado e Eduardo Gomes no Congresso), o partido se declara independente.

O presidente do MDB diz que isso não vai mudar porque o compromisso é com projetos. Ele nega adotar um alinhamento automático com Bolsonaro e discutir a adesão formal ao governo.

"Interessa que o Brasil dê certo e não vamos medir esforços para que a pauta que está sendo discutida com o ministro Paulo Guedes, com o presidente Bolsonaro e com os líderes do Congresso avance. Se o Brasil der certo, pode ter certeza, o Congresso também terá seu reconhecimento", afirmou o dirigente partidário, líder do MDB na Câmara, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

Órgão de direção do PSL tem parentes de Luciano Bivar e candidatas laranjas


Luciano Bivar  Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
 Responsável por analisar pedidos de expulsão, o diretório nacional do PSL é tomado por aliados do principal dirigente da sigla, o deputado federal Luciano Bivar (PE), que incluem parentes, subordinados de suas empresas, ex-candidatas suspeitas no esquema de laranjas e até uma auxiliar de serviços gerais contratada pela legenda. A reportagem analisou a atual composição do órgão partidário informada à Justiça Eleitoral e detectou que 60% dos cerca de cem membros são filiados ao partido em Pernambuco, estado de Bivar e onde estavam concentradas as atividades da sigla antes da chegada de Jair Bolsonaro para a disputa da eleição presidencial de 2018.

A permanência prevista destes integrantes no órgão vai até o fim de novembro. A prevalência de Bivar sobre essa instância partidária mostra como tende a ficar obstruída qualquer articulação por mudança na legenda por iniciativa do grupo pró-Bolsonaro, que está em forte atrito com os correligionários. De sigla nanica, o partido se tornou o mais rico do país em repasses públicos após a eleição de 2018, com estimados R$ 110 milhões a serem recebidos neste ano.

Bivar, cacique do partido desde a época da fundação nos anos 1990, foi alvo de críticas de Bolsonaro há três semanas, quando o presidente disse que o deputado estava "queimado pra caramba", o que agravou o racha entre os grupos do presidente e do deputado dentro da legenda.

No diretório nacional estão listados como membros nove funcionários ou ex-funcionários do PSL, incluindo a auxiliar de serviços gerais Edna dos Prazeres Caetano, a recepcionista Bruna Karina Anastácia e a secretária Maria de Lourdes Paixão.

Outra integrante do diretório nacional é a ex-assessora de imprensa Érika Santos, que foi escolhida de última hora como candidata a deputada estadual no estado de Bivar em 2018. Ela foi a oitava candidatura que mais recebeu recursos do PSL no país no ano passado, com R$ 250 mil, mas fez apenas 1.300 votos. A recepcionista Bruna Karina, também integrante do diretório, foi candidata a deputada federal no ano passado em Pernambuco e fez 3.800 votos. Todos esses empregados assinaram a ata da convenção nacional que ratificou a escolha de Bolsonaro para a disputa da Presidência da República, em julho de 2018.

A reportagem também identificou ao menos nove membros do diretório com elos profissionais com o deputado pernambucano, como Gerluce Ribeiro, diretora junto com Bivar na empresa Gerencial Brasitec, e advogados que atuaram em causas da seguradora dele, a Excelsior, incluindo Antônio de Rueda, há anos um dos mais destacados dirigentes da legenda. Três filhos de Bivar, Sérgio, Cristiano e Luciano Petribu, também estão na lista. Sérgio Bivar dirige a fundação partidária Indigo, que de acordo com a legislação precisa receber 20% dos repasses do fundo partidário para atividades de "doutrinação e educação política". Outro membro é um sobrinho de Catarina, mulher do deputado.

Só três dos cem integrantes informados são congressistas: Vitor Hugo (GO), Julian Lemos (PB) e Júnior Bozzella (SP). Como contraponto, há na composição membros próximos da família Bolsonaro, como cinco servidores da época em que o presidente foi deputado ou de seus filhos e o assessor especial Filipe Martins. O principal aliado de Bolsonaro no diretório seria Gustavo Bebianno, que comandou a sigla interinamente durante a campanha eleitoral por meio de um acordo com Bivar. Bebianno, porém, se afastou do partido após ser demitido da Secretaria-Geral da Presidência, em fevereiro.

Posteriormente, Flávio e Eduardo Bolsonaro, filhos do presidente, assumiram o comando do partido no Rio de Janeiro e em São Paulo, respectivamente.
O diretório nacional é um dos principais órgãos de direção dos partidos políticos. Além dele, as legendas costumam ser administradas por uma comissão executiva, que tem menos integrantes e diferentes atribuições, e pela convenção nacional, instituição que só se reúne para definições, por exemplo, de candidaturas em época de eleição.

No estatuto do PSL, é dito que a comissão executiva tem a responsabilidade de "propor ao diretório nacional a aplicação de pena disciplinar a filiados" e "expedir resolução estabelecendo normas para escolha dos candidatos do partido".

Entre as atribuições do diretório, estão "aplicar medidas disciplinares a órgãos e aos filiados", "julgar os recursos que lhe sejam interpostos de atos e decisões da executiva nacional" e "estabelecer diretrizes através de resoluções a serem seguidas pelo partido".
Seu papel, portanto é decisivo para o futuro dos dissidentes da ala alinhada ao presidente da República.

Foi o diretório nacional do PSL, por exemplo, que suspendeu na semana passada as atividades partidárias de 19 deputados pró-Bolsonaro –medida travada mais adiante por ordem da Justiça do Distrito Federal.

O racha teve um de seus momentos mais graves no último dia 16, quando Bolsonaro atuou pessoalmente para destituir o líder do partido na Câmara, Delegado Waldir (GO), foi derrotado e acabou chamado de "vagabundo" pelo correligionário. Na quarta (23), foi apresentado à executiva nacional um pedido de expulsão de Eduardo Bolsonaro. O grupo de Bivar procura brechas no regulamento do partido para justificar a punição aos dissidentes.

OUTRO LADO

Procurado pela reportagem, o deputado Luciano Bivar, por meio de sua assessoria, afirmou que a lei que regula os partidos políticos prevê autonomia para que eles estabeleçam em estatuto "sua estrutura interna, organização e funcionamento", direito que o PSL exerceu, desde "sua origem".
A reportagem questionou o congressista sobre a presença de candidatas laranjas e funcionários do partido entre os integrantes do órgão partidário, mas não houve resposta.

Sobre a predominância de filiados de Pernambuco no comando do partido, afirmou que, por ser o "berço" da agremiação partidária, é natural que muitos membros da executiva nacional sejam do estado.

Fonte: FolhaPress

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Timon: aliados de Leitoa pedem emendas, mas Prefeitura está no Cadin

Deputado federal Edilázio Júnior (PSD) 

Aliados do prefeito Luciano Leitoa (PSB) na Câmara Municipal de Timon andaram reclamando do deputado federal Edilázio Júnior (PSD) por suposta negligência quanto ao envio de emendas parlamentares e convênios para o Município, onde ele foi bem votado nas últimas eleições.

Em entrevista ao blog do Ribinha, nesta sexta-feira (25), o parlamentar revelou o motivo: a Prefeitura de Timon está inadimplente e, por isso, figura no Cadastro Informativo de Créditos Não Quitados do Setor Público Federal (Cadin) e no cadastro de inadimplentes do FGTS da Caixa Econ6omica Federal.

“… O município de Timon hoje está inadimplente, está no Cadin e também está inadimplente com a Caixa Econômica por conta do FGTS”, revelou o deputado federal Edilázio Júnior.

Prefeito de Timon, Luciano Leitoa (PSB) 

A declaração foi uma ducha de água fria nos Leitoa, que estão em festa com a passagem do “Assembleia em Ação” pela cidade.

Com informações do Blog do Ludwig Almeida.

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Coordenador da Polícia Civil é assaltado na frente do filho de 9 anos e escapa da morte por pouco

Policial civil do Piauí, Joattan Gonçalves escapa da morte em assalto 

O coordenador do Grupo de Apoio Operacional (GAO) da Polícia Civil, Joattan Gonçalves, foi vítima de assalto na noite de quarta-feira (23) no conjunto João Emilio Falcão, zona Sul de Teresina.

Joattan estava com o filho de apenas nove anos de idade quando foi abordado por dois assaltantes armados. Em um vídeo, o coordenador do GAO, dá detalhes do assalto e diz que “nasceu de novo”.

Joattan estava no bairro para visitar um amigo. “Parei na porta da casa para visitar um amigo e fiquei no carro esperando ele abrir a porta. Quando os dois assaltantes chegam pedindo o meu carro e dizendo que se eu fosse policial iam estourar os meus miolos e os miolos do meu filho”, afirma Joattan. Além dos dois assaltantes que lhe abordaram, mais dois criminosos estavam dando apoio em um veículo.

Por conta da presença do filho, Joattan foi cauteloso e preferiu não reagir à ação criminosa.

Joattan conta que quando levantou do banco do carro os assaltantes encontraram sua arma, uma pistola da Secretaria de Segurança. “Foi quando eu tive a certeza que iria morrer. Graças a Deus a arma bateu catolé [falhou] e felizmente estou aqui contando a história, acho que eu nasci de novo”, disse.
  
Os assaltantes roubaram o celular e a arma do policial. Desde ontem equipes da Polícias Militar e Civil estão em diligência tentando capturar suspeitos da ação.

O assalto foi praticado por volta das 19h. Fonte: Cidade Verde


Segunda edição do “Assembleia em Ação” reunirá representantes de 18 municípios em Timon nesta sexta-feira (25)



 A Assembleia Legislativa do Maranhão promove a segunda edição do programa “Assembleia em Ação”, nesta sexta-feira (25), das 8h às 12h, no Centro de Convenções Maranhenses, em Timon.

O objetivo do evento, que será conduzido pelo presidente da Casa, deputado Othelino Neto (PCdoB), tem o objetivo de promover a troca de conhecimento e experiências entre o Parlamento e as Câmaras Municipais de Vereadores de diversas regiões do Estado.

Presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto 

Na programação, palestras sobre temas atuais, a exemplo das eleições municipais de 2020 e mudanças na legislação eleitoral, além de esclarecimentos sobre o processo legislativo.

Além de deputados estaduais, prefeitos, vereadores, líderes políticos e comunitários de 18 municípios da região Leste maranhense confirmaram presença.

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Prisão após segunda instância tem 3 votos a favor e 1 contra

Julgamento será retomado amanhã. O ministro Marco Aurélio Mello foi o único até agora a se posicionar contra a prisão antes do trânsito em julgado

Por Da Redação, de Veja

Plenário do STF  Foto: Divulgação 

O julgamento das ações que questionam a prisão de réus condenados em segunda instância foi suspenso após quatro ministros votarem, e será retomado amanhã pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), às 14 horas. Três dos quatro ministros que votaram até agora foram favoráveis ao início do cumprimento da pena, desde que o réu tenha sido condenado em segundo grau.

Posicionaram-se dessa forma os ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luis Roberto Barroso. O relator do caso, o ministro Marco Aurélio Mello, foi o único a votar para que a execução penal só ocorra após o esgotamento de todos os recursos nos tribunais superiores, ou seja, após o trânsito em julgado.

O primeiro voto dessa quinta-feira será da ministra Rosa Weber. Ao final da sessão plenária, o presidente do STF, Dias Toffoli, disse que não pretende convocar sessões extraordinárias caso o julgamento não termine amanhã. Como na última semana de outubro não haverá sessões plenárias, se o julgamento não for concluído nessa quinta-feira, será retomado apenas em seis de novembro.
Está em jogo o mérito dos processos em que o STF decidirá se mantém ou não um entendimento adotado em fevereiro de 2016, que autorizou a prisão a partir da condenação em segunda instância. As três Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADC) foram apresentadas pela Ordem dos Advogados do Brasil, pelo PCdoB e pelo antigo PEN (atual Patriota).

Veja como foi o segundo dia de julgamento:

18:29 – Julgamento suspenso

O presidente do STF, Dias Toffoli, suspende a sessão, que será retomada amanhã, 24, às 14 horas.

18: 25- Barroso vota pela prisão após condenação em segunda instância

Barroso afirma que impedir a prisão após a condenação em segunda instância seria um retrocesso no combate à corrupção e pioraria a percepção dos países ricos em relação ao Brasil.

Ao final de seu voto, Barroso afirmou: “A ideia de que o crime compensa, de que os bandidos sempre acabam perseguindo os mocinhos, que o mal sempre vence no final, temos que mudar. Vale a pena restabelecer a primazia dos bons sobre os espertos. O STF, em boa hora mudou a jurisprudência: o crime cada vez passou a oferecer mais riscos e acho, do fundo do coração, que não tem pobre; estamos falando da alta criminalidade, dos desvios graúdos de dinheiros públicos. Esse é um ponto decisivo na mudança do Brasil”.

18:10 – Absolvições são raras, após decisão de segundo grau

Na fundamentação de seu voto, Barroso apontou que as absolvições, após condenações em segunda instância, são irrisórias, ficando abaixo de 1%, tanto no STJ, quanto no STF. “Subordinar todo o sistema de Justiça a esses números irrisórios de absolvição não é razoável”, disse.

17h55 – O que diz a Constituição

Segundo Barroso, a Constituição não exige trânsito em julgado, mas exige a ordem de um juiz ou a prisão em flagrante delito.

17:50 – Possibilidade real de punição possibilitou delações, diz Barroso

Segundo Barroso, o STF corrigiu a injustiça que grassava pelo país ao permitir o início da prisão após a condenação em segunda instância. O ministro citou inúmeros casos em que os réus conseguiram protelar a condenação final por mais de uma década. Entre eles, apontou o exemplo da missionária americana Dorothy Stang, assassinada em 2005. O mandante de seu assassinato só começou a cumprir pena este ano, 14 anos depois do crime.

17:40 – “Um país que perde o senso de justiça é um país que se perdeu na história”

Barroso diz que o julgamento realizado pelo STF sobre as prisões em segunda instância não é uma questão para agradar ou desagradar a opinião pública, e sim um debate sobre “Justiça, direitos fundamentais e interesse público”. “Um país que perde o senso de justiça é um país que se perdeu na história”, declarou em seu voto.

O ministro afirma que o juiz não deve analisar o perfil político de um réu ou se gosta ou desgosta do suspeito, mas afirma que cabe ao Judiciário, sim, enfrentar a onda de criminalidade. “Ninguém deve ser condenado por simpatia, por antipatia ou por preferência política. A lógica de um juiz não é uma lógica amigo-inimigo. Se violência, corrupção (…) e desigualdade extrema são mazelas de seu tempo, cabe ao juiz, sim, participar do esforço coletivo para enfrentar esses males, dentro da Constituição”, diz.

17:35 – Pobres não seriam prejudicados pela prisão após segunda instância

Barroso refuta que a prisão após condenação em segunda instância não prejudicará os pobres. Os pobres não têm dinheiro para recorrer às altas cortes indefinidamente.

O ministro segue apresentando dados do Depen para concluir que a massa carcerária é composta por pessoas que cometeram crimes violentos e que estão detidas preventivamente. “São crimes de pobres”, diz. No caso de presos de colarinho branco, o cenário é diametralmente oposto. O ministro afirma que a massa carcerária é formada por apenas 116 presos por corrupção passiva, 522 por corrupção ativa e 1.161 por peculato. “Pobre não corrompe, não desvia dinheiro público nem lava dinheiro. Não é de pobres que estamos tratando aqui”, afirma.

17:23 – “Ideias não correspondem aos fatos”, diz Barroso

Luis Roberto Barroso afirmou que os argumentos contra a execução da pena após condenação em segunda instância não resistem aos fatos, e citou Cazuza: “As ideias não correspondem aos fatos”.

Entre os principais argumentos, diz o ministro, estaria o suposto aumento do encarceramento, o qual rebateu com estatísticas do Departamento Penitenciário Nacional. Disse ele:

Em 2010, primeiro ano depois de proibida a prisão em segunda instância, havia 496.000 presos, 4,79% a mais do que em 2009.

Em 2011, os presos eram 514.600, alta de 3,68% em relação ao ano anterior.

Em 2012, a massa carcerária chegou a 549.800 (6,84% a mais que em 2011).

Em 2013, os presos chegaram a 581.500, acréscimo de 5,76% em relação ao ano anterior.

Em 2014, eram 622.200 presos, ou 6,99% a mais do que em 2013.

Em 2015, 698.600 estavam presas (12,27% a mais que em 2014).

Em 2016, a população carcerária chegou a 722.923 presos, 3,48% a mais do que no ano anterior.

Em 17 de fevereiro de 2016, continuou o ministro, STF mudou a jurisprudência e passou a permitir a execução da prisão.

Em 2017, 726.354 estavam presos, o que corresponde a 0,47% de aumento, o menor da série histórica iniciada em 2009.

Em 2018, a massa carcerária chegou a 744.216 presos, alta de 2,45%, o segundo menor desde 2009.

17:12 – Barroso critica a interpretação literal da lei

Luis Roberto Barroso inicia o voto afirmando que o trabalho do juiz não é interpretar literalmente o texto da lei. Segundo ele, a ideia é, a partir da lei, interpretar sentidos possíveis do que está escrito na legislação e chegar a “escolhas que melhor realizem a realidade constitucional e o interesse da sociedade”.

17:00 – Sessão é reaberta

Ministros voltam ao plenário e próximo a votar é o ministro Luis Roberto Barroso.

16:15 – Sessão suspensa por 30 minutos

O presidente Dias Toffoli suspende a votação por 30 minutos

16:10 – Fachin vota pela prisão após condenação em segunda instância

O ministro Edson Fachin votou pela possibilidade de se decretar a prisão de condenados após a confirmação da sentença por um tribunal em segunda instância. Ele afirmou que “é inviável sustentar que toda e qualquer prisão só pode ser iniciada após o último recurso na última instância do Judiciário”. Antes da conclusão, o magistrado defendeu a necessidade urgente de melhorias no sistema carcerário, independentemente do resultado do julgamento de hoje.

Terceiro a votar na sessão plenária desta quarta, Fachin disse que a legislação brasileira tem entendimento semelhante ao adotado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos. Em ambos, afirmou o relator da Lava-Jato no STF, são adotados preceitos como a necessidade de que a aprovação da prova seja imparcial e o direito do réu de não ser condenado informalmente pelo Estado. Ou seja, a lei brasileira está em sintonia com a interpretação da corte de direitos humanos.

Durante a fundamentação de seu voto, Fachin afirmou que, como os recursos encaminhados aos tribunais superiores, em Brasília, não suspendem a condenação de réus sentenciados em segunda instância, não faz sentido exigir que a prisão dos apenados só possa ocorrer após o esgotamento de todos os recursos judiciais possíveis.

15:22 – Fachin é o terceiro a votar

O ministro Edson Fachin inicia seu voto.

15:20 – Moraes empata votação, e placar está em 1 a 1

Alexandre de Moraes abriu divergência em relação ao relator Marco Aurélio e votou pela possibilidade de cumprimento da pena após condenação em segunda instância. Segundo ele, a decisão não desrespeita o princípio constitucional da presunção da inocência, e ressaltou que nos 31 anos de vigência da Constituição de 1988, por 24 anos o STF autorizou a prisão em segunda instância. De acordo com o ministro, dos 34 ministros que compuseram o Supremo no período, apenas nove são ou foram contra a execução provisória da pena. Argumento semelhante já havia sido utilizado pelo magistrado ao rejeitar, no ano passado, um habeas corpus ao ex-presidente Lula, na época às vésperas de ter a prisão decertada pela Lava-Jato.

Ex-secretário de Segurança Pública de São Paulo e ex-ministro da Justiça, Moraes rebateu o argumento de que as prisões em segunda instância inflariam o sistema carcerário brasileiro. “Nós somos responsáveis por entregar ao crime organizado soldados. Essas pessoas acabaram sendo adotadas pela criminalidade organizada e violenta. Mas esse diagnóstico não tem relação com a possibilidade ou não de prisão após a segunda instancia. Tem relação com manutenção de prisões em flagrante que são convertidas em preventivas que não teriam necessidade, mas não tem relação com a discussão entre trânsito em julgado ou possibilidade de execução após segundo grau.

15:00 – Moraes cita Gandhi e Luther King

Durante a fundamentação de seu voto, Alexandre de Moraes afirmou que o Supremo não pode se curvar ao populismo judiciário, decidindo de acordo com o clamor popular. “É fácil se posicionar no meio da multidão. Mas é preciso coragem para se posicionar sozinho”, afirmou o ministro, parafraseando o advogado pacifista indiano Mahatma Gandhi.

Em seguida, Moraes citou o pastor americano Martin Luther King: “A vaidade faz a pergunta: ‘Isso é popular’? Mas a consciência pergunta: ‘Isso é certo?’.”

14:50 – Moraes condena a intimidação da Corte

Dando sequência ao recado dado pelo decano Celso de Mello (ver Radar), Alexandre de Moraes também condenou o processo de intimidação do qual a Corte tem sido alvo. O discurso do ministro é uma indireta a bolsonaristas, integrantes da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba e perfis em redes sociais. “Há uma falsa pregação fundamentalista da chegada do Armageddon, do apocalipse a cada decisão judicial, uma pseudo-luta do bem contra o mal. [Parece que] de cada decisão judicial dependeria o sucesso ou a ruína da nação. O ministro criticou especialmente a profusão de estatísticas sobre potenciais beneficiados com um eventual fim da prisão em segunda instância – os números variam de cerca de 4.900 a 190.000.

14:40 –  Alteração nem sempre resulta em evolução

Ao iniciar a leitura de seu voto, Alexandre de Moraes pontuou que nem sempre a revisão de uma jurisprudência resulta em evolução. As alterações podem também promover involuções, segundo ele.

14:33 – Piada no plenário

Uma rápida oscilação na iluminação do plenário do STF foi motivo de piada entre os ministros na retomada da sessão. O ministro Alexandre de Moraes iniciava seu voto quando as luzes do Plenário começaram a piscar. Diante da possibilidade de blecaute, Moraes saiu-se com uma piada: “Vai ter que adiar [o julgamento], presidente”. Cármen Lúcia rebateu, também em tom de blague: “Vossa Excelência trará as luzes de que precisamos”. O momento de descontração foi finalizado por Ricardo Lewandowski: “Continuaremos com o brilho de Vossa Excelência”. Na sequência, Moraes deu continuidade a seu voto.

14:20 –  STF retoma julgamento

Julgamento retomado, após pausa para almoço. O decano da Corte, ministro Celso de Mello, abre a sessão lembrando que o presidente do STF, Dias Toffoli, completa nesta quarta-feira dez anos como ministro do tribunal. O próximo a votar será o ministro Alexandre de Moraes. O primeiro a votar foi o ministro Marco Aurélio, relator das ações, que se posicionou contra o início do cumprimento de pena após condenação em segunda instância.

13:34 – Manifestantes deixam bandeiras de “Lula Livre” em frente ao STF


Manifestantes do Partido dos Trabalhadores (PT) penduraram bandeiras com as escritas “Lula Livre” em frente ao STF durante o julgamento de segunda instância nesta quarta. Durante o intervalo entre as sessões, apesar das bandeiras, VEJA não encontrou nenhum protestante no local. O Vai Pras Ruas publicou nas redes sociais que estavam também do lado de fora do tribunal mas não havia ninguém do movimento de direita presente.


Manifestantes deixam bandeiras com “Lula Livre” em frente ao STF durante julgamento de segunda instância nesta quarta-feira, 23 (Laryssa Borges/VEJA)

13:09 – STF aumenta segurança antes de julgamento

Conforme mostrado pela coluna Radar, o clima de radicalização dos dois lados levaram a Corte a aumentar a segurança do lado externo do tribunal. As grades que cercam o Supremo foram colocadas mais distante que o normal, deixando os manifestantes mais distantes do prédio.



As cercas de segurança em frente ao STF (Evandro Éboli/VEJA)

13:00 – Governo Bolsonaro mira Rosa Weber para manter 2ª instância

O advogado-geral da União passou os últimos dias em uma espécie de peregrinação a gabinetes de ministros do STF em uma tentativa de sensibilizar os magistrados a manter a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância. O plano original era visitar os onze gabinetes, mas, ao final, Mendonça decidiu focar naqueles que podem ser o fiel da balança — como a ministra Rosa Weber.

12:50 – Julgamento de prisão após 2ª instância pode afetar 4.895 presos

Na última semana, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulgou que cerca de 4,9 mil pessoas condenadas a prisão em segunda instância podem ser beneficiadas caso o STF decida pelo cumprimento de pena somente após o trânsito em julgado. O dado foi extraído do Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP). No final do ano passado, o ministro Dias Toffoli citou que poderiam ser soltos “169 mil presos no país”.

12:19 – “Não considerem normal roubar os cofres públicos”, diz Barroso

Ao fim da primeira parte da sessão de julgamento, o ministro Luís Roberto Barroso, voto certo pela possibilidade de prisão em segunda instância, fez um breve discurso para estudantes de Direito de Teófilo Otoni (MG), que visitam o STF nesta quarta-feira, sobre a importância do combate à corrupção. Em linhas gerais, Barroso disse que o desenvolvimento do país está atrelado ao fim do pacto oligárquico que saqueou os cofres públicos e deixou um recado aos estudantes: “Não considerem normal roubar os cofres públicos”.

12:00 – Sessão é encerrada e retomará às 14h

O presidente da Corte Dias Toffoli decidiu por encerrar a sessão após o voto do ministro Marco Aurélio Mello. A partir das 14h desta quarta-feira, uma nova sessão começará e contemplará os votos dos outros ministros, começando por Alexandre de Moraes — a ordem será do mais novo no STF até o mais antigo, o decano Celso de Mello. Tofolli será o último a proferir voto.

11:56 – Marco Aurélio repete decisão e vota contra condenação em 2ª instância

Ao final de seu voto, Marco Aurélio Mello repetiu decisão que já havia tomado no final do ano passado e determinou a libertação de todos os presos que estão encarcerados sem o trânsito em julgado. A ordem, que ainda precisa do aval dos demais magistrados, beneficiaria o ex-presidente Lula e valeria também para os presos que não tenham, por exemplo, outras ordens de prisão vigentes.

11:49 – Marco Aurélio diz que PEC no Congresso sobre 2ª instância é inconstitucional

Em meio a seu voto, Marco Aurélio Mello disse, em linguagem cifrada, que nem mesmo o Congresso Nacional poderia alterar a Constituição para deixar consolidada a possibilidade de prisão após a segunda instância. Segundo o ministro, uma emenda sobre o tema seria inconstitucional porque tentaria alterar uma cláusula pétrea da Constituição. “Uma PEC esbarraria no artigo 60 da Constituição Federal”, disse.

As cláusulas pétreas estão no parágrafo quarto do artigo 60 da Constituição e dizem respeito à forma federativa de Estado, ao voto direto, secreto, universal e periódico, à separação dos Poderes e aos direitos e garantias individuais. Para Marco Aurélio, o direito de ninguém ser considerado culpado a não ser após o trânsito em julgado está inserido no guarda-chuva de “direitos e garantias individuais”. O recado do ministro vai de encontro ao movimento de deputados de aprovar na Câmara uma PEC sobre a prisão em segunda instância.

11:38 – AGU e PGR defendem prisão em 2ª instância

O advogado-geral da União, André Mendonça, e o procurador-geral da República, Augusto Aras, defenderam a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância. “Em tempos de polarização, defesa dos extremos, é preciso buscar uma solução que favoreça a integração social e a unidade política, bem como o equilíbrio e temperança a sopesar os valores da Carta da República”, afirmou Aras, antes do voto de Marco Aurélio. Mendonça é um dos possíveis nomes para ocupar a vaga do STF após a aposentadoria compulsória do decano Celso de Mello — o nome seria indicado pelo presidente da República Jair Bolsonaro (PSL).

11:30 – “Vivenciamos dias incertos”

Marco Aurélio afirmou que “vivenciamos dias incertos” no começo de seu voto. O ministro, que ressaltou que está prestes a completar trinta anos na Corte, disse que ainda se surpreende com algumas colocações do STF. Mello defende a prisão apenas depois do esgotamento de todos os recursos.

11:21 – Poucos parlamentares acompanham julgamento

Poucos parlamentares acompanham, in loco, o julgamento que pode terminar com a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Uma delas é a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que chegou depois de a sessão do STF já ter se iniciado. Nesta quarta-feira, o Senado Federal retomou a votação de dois destaques de bancada da reforma da Previdência, que são necessários para a conclusão da tramitação da matéria.

11:13 – Marco Aurélio Mello é o primeiro a ler o voto

O relator, ministro Marco Aurélio Mello, é o primeiro a ler o seu voto. Na semana passada, o ministro disse a jornalistas que prevê um placar de 7 a 4 para derrubar a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância. “Sete a quatro é o meu palpite. Não sei, como é que chegamos a sete? Eu costumo julgar os colegas por mim, às vezes sou otimista em excesso”, disse ele, no intervalo da primeira sessão plenária. “É apenas a minha percepção, eu sempre acredito no melhor.”

11:10 – Possíveis desfechos para este julgamento

Continuar como está

Neste caso, seria mantida a possibilidade de que réus condenados em segundo grau, por tribunais colegiados, sejam presos para cumprimento provisório da pena enquanto recorrem às instâncias superiores. As decisões anteriores do Supremo previam que juízes pudessem analisar, caso a caso, a necessidade das prisões nesta situação. No caso da Lava Jato uma súmula do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), que julga os processos da operação em segunda instância, torna automático o cumprimento de pena a condenados pela corte — o que permitiu a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após sua condenação no TRF4. “Encerrada a jurisdição criminal de segundo grau, deve ter início a execução da pena imposta ao réu, independentemente de recurso especial ou extraordinário”, diz o texto.

Volta ao “trânsito em julgado”

Os ministros podem voltar ao entendimento anterior a 2016, que previa, com base no artigo 283 do Código Penal, que “ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva”. Se o entendimento voltar a ser este, todos os condenados que cumprem pena provisoriamente na Lava Jato e não são alvos de mandados de prisão preventiva seriam beneficiados e deixariam a cadeia.

Prisão após o STJ

Outra possibilidade é uma solução intermediária, de permitir que réus sejam presos após condenações pelo Superior Tribunal de Justiça, tese já defendida pelo presidente do STF, Dias Toffoli. Neste caso, os ministros do Supremo deverão definir se a detenção deve ocorrer após o acórdão do STJ ou somente depois do esgotamento dos recursos.

10:40 – Celso de Mello ainda não chegou à sessão

O decano do STF, Celso de Mello, voto certo contra a possibilidade de prisão em segunda instância, ainda não chegou à sessão plenária do tribunal.

10:30 – Marco Aurélio confraterniza com criminalistas

No início da sessão plenária que julga a legalidade das prisões em segunda instância, o ministro Marco Aurélio Mello confraternizou, próximo à tribuna do STF, com os principais criminalistas do país. O local acabou isolado para que jornalistas e curiosos não se aproximassem do ministro. Marco Aurélio Mello, relator das ações sobre a execução antecipada da pena, é, assim como a nata da advocacia criminal, radicalmente contra a prisão antes do fim de todos os recursos judiciais possíveis.