Na nova conjuntura, a Casa Civil,
que continua sob o comando de Marcelo Tavares (PSB), passa a ter mais poderes
João Carvalho Jr., Especial para
O Imparcial
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Marcelo Tavares, Márcio Jerry e Felipe Camarão |
O governador Flávio Dino (PCdoB)
promoveu mudanças no segundo escalão do Governo, mexendo na estrutura de
importantes secretarias. Tiveram alterações a Casa Civil, Articulação Política,
Comunicação, Agricultura, Pesca, Cultura e Turismo.
Na nova conjuntura, a Casa Civil,
que continua sob o comando de Marcelo Tavares (PSB), passa a ter mais poderes.
Tavares assume o papel de diálogo com os poderes Legislativo e Judiciário, que
até então era de Márcio Jerry, na Secretaria de Articulação Política e Assuntos
Federativos. Este, por sua vez, continua a tratar dos assuntos políticos,
porém, mais ligado às bases e aos movimentos sociais. Também assume a
Comunicação do Governo, o que levou o então secretário da pasta, Robson Paz,
para a secretaria adjunta.
Marcelo Tavares e Márcio Jerry
tinham os melhores postos junto ao governo, mas, ao que parece, vão ter que
dividir as forças com o nome que veio, ao longo de 2015, resolvendo questões em
aberto em alguns setores. Falamos de Felipe Camarão, que, no dia 2 de janeiro
do ano passado, assinou a sua nomeação como secretário de Estado de Gestão e
Previdência. Alguns meses depois, foi deslocado para a Secretaria de Cultura,
em substituição à professora-doutora Ester Marques. Agora, o advogado assume o
papel de secretário de Governo, nova pasta.
Homem de confiança
Felipe, nas palavras do
governador, conseguiu atingir sua meta na Segep e, por isso, a confiança em lhe
dar nova missão. Olhado com desconfiança, Felipe conseguiu uma boa aprovação
junto à classe cultural.
A saída dele deixa uma lacuna de
preocupação entre artistas e produtores locais. E o sentimento não diz respeito
a Diego Galdino, o novo titular da pasta (que passa a ser secretário de Cultura
e Turismo), mas quanto à condução dos trabalhos vinculados.
“O nome não é o problema. O
Gaudino é novo, prático, um ótimo gestor, acessível e transparente; tem bons
requisitos, apesar de não ser da área (de cultura). Mas tantos da área já
passaram e não souberam gerenciar. O problema aí foi o formato, foi a não consulta,
o não ouvir à classe artística. Uma imposição, um retrocesso e que vai contra
as diretrizes federais das políticas públicas culturais que determinam a
independência da pasta da Cultura”, disse o ator, diretor e produtor teatral
César Boaes. “Há o risco de virar só uma política cultural de eventos e
mercadológica aliada ao turismo”, finalizou.
Para Nan Souza, vice-presidente
da Associação Comercial do Maranhão para Assuntos de Turismo, há uma lógica
pertinente na decisão do governador, que é a redução de gastos. Mas ele
ressalta que a política de turismo administrada com uma gestão eficiente deixa
de ser gasto para ser gerador de receitas, empregos e de imagem do estado.
“Mudar para fundir duas secretarias que têm afinidade é válido. Agora, é
preciso que haja uma política de fortalecimento da cultura e do turismo, porque
quem vai fazer o processo de divulgação e dos produtos culturais é exatamente o
autor de uma política integrada. Eu não sei até que ponto isso vai funcionar.
Vamos dar um crédito à decisão do governador no sentido de que ele transforme a
cultura e o turismo em políticas públicas de prioridade. O que pode causar
fortalecimento da geração de empregos aqui é justamente estas duas áreas”.
O ex-deputado Joaquim Haickel também fez coro com a proposta de união das pastas. “A fusão destas duas secretarias é muito boa, uma vez que elas têm funções paralelas e complementares.”
Outras mudanças
A partir da junção de outras duas
pastas, surge a Secretaria de Estado de Agricultura e Pesca. O titular será
Márcio Honaiser (PDT), que já fazia parte do governo, como secretário de
Agricultura.
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