Ex-gestores foram conduzidos para
Seic na manhã desta quinta-feira (19).
Ponto de partida é município de
Dom Pedro, onde ex-prefeita é investigada.
Do G1 MA
A Polícia Civil do Maranhão, por
meio da Superintendência Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção (Seccor),
realiza a segunda etapa da ‘Operação Imperador’, contra os desvios de verbas
públicas e agiotagem na manhã desta quinta-feira (19), em São Luís, Imperatriz
e em municípios do interior do Maranhão. Ex-gestores foram conduzidos para a
sede da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), em São
Luís. Ao menos 14 mandados devem ser cumpridos, segundo a polícia.
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Ex-prefeita de Dom Pedro (MA), Maria Arlene Barros |
Entre os ex-gestores, está à
ex-prefeita de Dom Pedro (MA), Maria Arlene Barros. O município foi o ponto de
partida da operação, segundo informou ao G1 o delegado-geral de Polícia Civil,
Lawrence Melo Pereira. Também foram presos Rodrigo Barros Amâncio, sobrinho da
ex-prefeita e proprietário da empresa usada de fachada por Eduardo Costa Barros
para fraudar licitações; e a empresária Débora de Oliveira Amaral, laranja de
Gláucio Alencar na empresa de mesmo nome, forneceu de forma fraudulenta merenda
escolar e medicamentos para a gestão da ex-prefeita.
Segundo apurou o G1, em
Imperatriz, na região oeste do Estado, foi preso Zacarias Neto Moreira
Mesquita, laranja de Eduardo em pelo menos três empresas de fachada que
fraudaram licitações em obras públicas na gestão de Maria Arlete.
Maria Arlene Barros é investigada
pelo envolvimento em esquemas de agiotagem para fraudar licitações na cidade,
localizada a 320 km de distância da capital maranhense. De acordo com as
investigações, mais de R$ 5 milhões foram desviados da prefeitura entre 2009 e
2012. O filho, Eduardo Costa Barros, conhecido como “Eduardo Imperador” –
apelido que deu nome à operação da Polícia Civil –, também é suspeito de
comandar a organização criminosa responsável pelo desvio de recursos públicos
na gestão da mãe, e chegou a afirmar que o dinheiro que apareceu em sua conta
bancária teria origem de um “erro” da instituição.
“A Polícia Civil, em parceria com
o Ministério Público estadual está desencadeando essa operação porque já
decorre de denúncia oferecida à Justiça, em primeiro grau, lá em Dom Pedro”,
disse o delegado Roberto Fortes, superintendente da Seccor.
Investigações
Em 2015, a ex-prefeita Maria
Arlene Barros já havia sido presa temporariamente por cinco dias durante a “Operação
Imperador”, desdobramento da “Operação Detonando”, iniciada após o assassinato
do jornalista Décio Sá, em 2012, que prendeu os empresários Gláucio Alencar e
José Miranda, pai e filho acusados de mandar matar o repórter e de comandar um
esquema de agiotagem em 42 prefeituras do Maranhão. Em 2012, a apreensão de
documentos revelou o esquema.
“Foram identificadas mais de dez
empresas em nomes de laranjas com o objetivo fraudar licitações referentes a
recursos da merenda escolar, aluguel de máquinas e de carros, e medicamentos”,
disse à época o delegado responsável pela operação, Roberto Fortes, sobre como
a polícia chegou aos envolvidos.
Na operação, foram apreendidos
carros de luxo, máquinas pesadas como tratores, documentos e descoberta uma
conta com saldo de mais de R$ 5 milhões.
Em abril do mesmo ano, Eduardo
Costa Barros, suspeito de fazer parte de um esquema que, segundo a polícia,
desviou R$ 100 milhões de 42 prefeituras do Maranhão. Ele é filho da
ex-prefeita do município de Dom Pedro, Maria Arlene Barros.
Eduardo Costa Barros se apresentou
na sede da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), no
Bairro de Fátima, acompanhado de advogados. Contra ele, havia um mandado de
prisão temporária em aberto.
Poucos dias depois, a ex-prefeita
Maria Arlene Barros, e seu filho, Eduardo Costa Barros, foram liberados após
determinação da Justiça.
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