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MPMA e SSP deram detalhes da operação em entrevista coletiva Foto: Rodrigo Freitas |
O Ministério Público do Maranhão
e a Secretaria de Estado da Segurança Pública realizaram, na manhã desta
terça-feira, 5, a Operação Paulo Ramos II, coordenada pelo Grupo de Atuação
Especial no Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e pela Superintendência
Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção (Seccor). A operação cumpriu sete
mandados de prisão preventiva, entre eles o do prefeito de Paulo Ramos,
Tancledo Lima Araújo.
Também foram presos nesta
sexta-feira o secretário de Administração e Finanças do município, Joaquim Lima
Araújo (irmão do prefeito), George Esber Mansour, Moussa Esber Mansour (sócios
da empresa JS Silva) e Geovana Carla Costa Freitas Mansour. A empresa era
utilizada em licitações fraudulentas para o desvio de recursos públicos.
Foi cumprido, ainda, mandado de
prisão preventiva contra José de Alencar Miranda, pai de Gláucio Alencar, que
está preso e teve mais uma prisão preventiva decretada nesta operação. Também
foi preso Luis Antônio Meireles Gomes, funcionário de Eduardo José Barros
Costa, o Eduardo DP, contra que foi expedido mandado de prisão preventiva, mas
ele não foi localizado e é considerado foragido.
As prisões aconteceram em São
Luís e Paulo Ramos. As investigações apontaram que a organização criminosa se
utilizava de pelo menos três empresas, em licitações fraudadas, para desviar os
recursos públicos. Entre as empresas ligadas ao esquema estão a JS Silva, que
foi aberta em nome de uma pessoa já falecida, com o uso de assinaturas
falsificadas, e que supostamente fornecia merenda escolar ao município.
Outra empresa envolvida é a PGA Martins,
pertencente a Fábio Brasil, ligado a Gláucio Alencar e assassinado em Teresina,
em 2012, pelo mesmo executor de Décio Sá. Também há contratos assinados com a
empresa Rio Anil, que supostamente teria prestado serviços de manutenção da
iluminação pública e que pertence a pessoas ligadas a Eduardo DP.
Segundo informação do delegado,
nenhuma das empresas existe de fato, sendo apenas CNPJs destinados à realização
de fraudes. O total desviado ainda está em apuração, mas os valores levantados
até agora apontam um rombo de mais de R$ 2 milhões no erário municipal. O
inquérito deverá ser concluído nos próximos 10 dias.
HISTÓRICO
A Operação Paulo Ramos II é mais
uma desencadeada a partir da investigação do assassinato do jornalista Décio
Sá. Na época, as investigações chegaram a uma organização criminosa comandada
por Gláucio Alencar e José de Alencar Miranda, que desviava recursos públicos
em, pelo menos, 42 municípios do Maranhão.
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