Com uma expectativa de adesão em
torno de 50% logo no primeiro dia nas agências da capital e interior do Piauí,
bancários de todo o Brasil entram em greve por tempo indeterminado a partir
desta terça-feira (06/09). A categoria reivindica reposição da inflação (9,57%)
mais 5% de aumento real, enquanto os bancos oferecem reajuste de 6,5%
(representa perda de 2,8% para os bancários em relação à inflação de 9,57%).
Para o presidente do Sindicato
dos Bancários do Piauí, Arimatéa Passos, a expectava de grande adesão da
categoria se deve ao bom resultado obtido na assembleia que deliberou pelo
indicativo de greve na última sexta-feira e o encontro de delegados sindicais
no sábado.
Arimatéa explica que apesar dos
transtornos que uma paralisação dos bancários pode trazer para a população, ele
deixa claro que a categoria usa a greve como último artificio para lutar por
melhores condições de trabalho e salário mais justo, bem como mais contrações
que resultam em melhor atendimento aos clientes e à sociedade, já que não houve
avanços nas rodadas de negociações. “Bancário não faz greve porque quer fazer”,
enfatiza o sindicalista.
Quanto a expectativa dessa greve
que se inicia nesta terça, Marcos Vandaí, membro do Conselho Diretivo da
Contraf-CUT acredita – avaliar tomando por base as assembleias realizadas em
todo o Brasil onde foram aprovadas em 100% por unanimidade - que será um
movimento forte no inicio do mês, “que é justamente quando os bancos começam a
pressão por metas e começa uma situação que desestabiliza se a gente fizer a
pressão, mas a intenção é de que seja um movimento muito intenso, talvez não
seja tão duradoura, exatamente pela estratégia correta de começar no início do
mês, intensificar essa luta com paralisações mais amplas possíveis e colocando
também que não é desconhecimento público o calendário eleitoral, já que setores
ligados ao campo político vão pressionar porque têm prejuízos em greves dos
bancos, mas a gente não quer com isso penalizar a população para quem prestamos
serviços, mas há uma perspectiva que seja uma greve menor por sua eficiência e
pela capacidade de pressionar os bancos a apresentar uma proposta decente”,
frisa.
Arimatéa Passos lembra aos
clientes que as pendências que podem ser resolvidas nos terminais de
autoatendimento como: pagamentos, depósitos e saques serão feitos sem
problemas, “pois dificilmente vai faltar dinheiro nos caixas na primeira semana
de greve, mas a partir da segunda semana pode começar a faltar dinheiro e
abastecimento no autoatendimento, mas os clientes que têm seus títulos para
pagar durante a greve podem ficar despreocupados porque, depois que acabar a
greve, a Fenaban e o Banco Central determinam que no primeiro dia útil depois
da paralisação podem ser pagos sem a cobrança de juros”, adverte o
sindicalista.
Com relação à população mais
carente, Arimatéa pede desculpas antecipadamente pelos transtornos que a greve
traz para os usuários. “Mas esperamos contar com a compreensão de todos, mas
foram os banqueiros, a Fenaban e o governo que criaram a greve”, pondera o
presidente do SEEBF-PI.
Os cinco maiores bancos do país,
só no primeiro semestre, conforme esclarece Arimatéa Passos, tiveram um lucro
líquido de algo em torno de R$ 16 bilhões. “Isso representa um lucro líquido
maior do que 82 países no seu Produto Interno Bruto (PIB), e de agosto de 2015
até agosto de 2016, esses mesmos bancos tiveram um lucro de R$ 29 bilhões.
Então, é possível garantir um acordo coletivo com os bancários”, finaliza,
mencionando que os banqueiros precisam reconhecer os bancários por seu trabalho
e dedicação. Fonte: Sindicato dos Bancários do Piauí.
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