Contrato de aluguel é de R$ 16,5
mil por mês; casa foi usada por produtora de TV na eleição de Flávio Dino
A revelação de que um filiado do
PCdoB, o engenheiro eletricista Jean Carlos Oliveira, é o proprietário de um
prédio na Aurora que funcionou como comitê do PCdoB em 2014 e hoje está alugado
para a Fundação da Criança e do Adolescente (Funac) não é o único indício de
ligação entre a escolha de imóveis no governo Flávio Dino (PCdoB) e a campanha
eleitoral daquele ano.
Na outra ponta da cidade de São
Luís, na Avenida Borborema, no nobre bairro do Calhau, a Secretaria de Estado
da Saúde (SES) aluga, desde dezembro de 2015, por R$ 16,5 mil ao mês, outro imóvel
que já havia sido utilizado pela campanha comunista há dois anos.
No local, funciona atualmente a
sede da Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (Emserh), órgão do governo
que assumiu o papel de recrutar mão de obra terceirizada para a Saúde estadual
após o rompimento, determinado pela Justiça, do contrato com o Instituto
Cidadania e Natureza (ICN).
Em 2014 a casa era o “QG de
Comunicação” da campanha política do então candidato Flávio Dino. Lá funcionava
a produtora de TV dos programas eleitorais e, ainda, uma redação onde era
produzido e de onde partia material voltado à internet.
Reuniões da coordenação de
campanha também eram realizadas no local, embora o secretário de Estado da
Comunicação e Assuntos Políticos, Márcio Jerry (PCdoB), garanta que não se
tratava de um comitê do PCdoB.
“Foi a produtora que alugou.
Funcionava lá a produção, a internet e onde tem televisão e internet, tem
debate político, então a coordenação de campanha reunia lá. Mas não era comitê
de campanha”, afirmou ele, em contato com a reportagem de O Estado.
Caro ou barato?
Também em contato com O Estado, o
secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, rechaçou qualquer ligação entre o
uso do imóvel durante a campanha e sua escolha como sede de um órgão do governo
comunista.
“Nenhuma”, disse ele, quando
perguntado sobre se o uso da casa durante as eleições de 2014 teve influência
na definição do contrato.
Segundo Lula, após a campanha o
imóvel passou quase um ano fechado. Motivo: o valor cobrado pelo aluguel era
caro demais. Apesar disso, ainda de acordo com o secretário, a SES acabou
alugando-o por “preço muito abaixo do mercado” e com a vantagem da boa localização.
“O prédio ficou para locação e
teve vários órgãos do governo que se interessaram por lá, mas ninguém ficou
porque estava caro. Quando eu aluguei, eu aluguei por um preço muito abaixo de
mercado. É menos de R$ 20 mil naquele imóvel, e tem quase 200 pessoas
trabalhando hoje”, destacou.
Sem dados
Como os dados da SES estão
inacessíveis no Portal da Transparência, não foi possível, até o fechamento
desta edição, precisar quanto já foi efetivamente pago pela locação do imóvel
do Calhau – no caso da Funac, já se sabe que foram mais de R$ 170 mil, desde
2015, mesmo com a efetiva instalação da unidade apenas na semana passada. (De O
Estado do Maranhão).
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