Processos contra prefeitos de São
Luís e Timon devem ser julgados até junho deste ano. Ambos são acusados de
abuso de poder político e econômico
Carla Lima / O Estado
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Edivaldo Holanda Júnior (Prefeito de São Luís) e Luciano Leitoa (Prefeito de Timon) |
As eleições municipais de 2016
ainda devem durar para muitos prefeitos eleitos. Mas desta vez não será nas
urnas. O pleito deve continuar na Justiça. Tramita na Justiça Eleitoral 168
processos que podem resultar em cassação do mandato de prefeitos eleitos. Os
juízes de primeiro grau, por determinação da Corregedoria Eleitoral têm, em
tese, até o mês de junho para julgar todas as ações, que depois sobem para o
Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Está em tramitação na justiça de
base 76 Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aije), 62 Ações de
Investigação de Mandato Eletivo (Aime), um recurso contra expedição de diploma
e 27 representações com pedido de cassação de diploma de prefeitos eleitos.
Os números são do TRE solicitado
pelo desembargador Raimundo Barros quando exercício o mandato de corregedor
eleitoral. No início de 2017, o magistrado enviou ofício a todos os juízes das
zonas eleitorais pedindo relatório com listagem de ações que podem resultar em
cassação de prefeito eleito.
A intenção do então corregedor –
hoje presidente do TRE – era organizar um calendário para que essas ações que
podem mudar o resultado das eleições municipais fossem priorizadas.
Para os juízes eleitorais, o
desembargador limitou a data de junho deste ano para que esse tipo de processo
seja julgado e assim passe a tramitar no TRE em grau de recurso. Esse, segundo
o magistrado, esse prazo é razoável á que existe uma meta da Justiça Eleitoral
de julgar em todas as instâncias as ações relacionadas a eleição majoritária
nos municípios.
“Nesta meta específica da Justiça
Eleitoral foi fixado o prazo máximo de julgamento de 12 meses em todas as
instâncias”, informou o desembargador Raimundo Barros em circular encaminhada
aos juízes em fevereiro deste ano.
Casos
Entre os prefeitos eleitos em
2016 que estão sendo processados está o de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior
(PDT). Ele é alvo de uma Aije protocolada pelo deputado estadual Eduardo Braide
(PMN), candidato que foi derrotado no segundo turno da eleição de outubro
passado.
O parlamentar acusa o pedetista
de abuso de poder político, econômico e de excessos no uso de emissora de rádio
e TV locais durante a campanha. O processo foi distribuído para a 1ª Zona da
Eleitoral e será julgado pela juíza Ana Célia Santana.
Na ação foram anexados 295
documentos que, segundo a acusação, comprovariam os crimes eleitorais. São
imagens de placas de obras com a logomarca da Prefeitura de São Luís, vídeos
contendo propaganda da gestão já no segundo turno da disputa e prints de sites
de internet que comprovariam o uso do slogan da administração municipal em
material de campanha.
Pela ação interposta por Braide,
Edivaldo Júnior, pode ser condenado a cassação do diploma ou ainda cassação do
mandato.
Quem também está sendo processado
é o prefeito reeleito de Timon, Luciano Leitoa (PSB). Ele responde a Aije
interposta pelo segundo colocado nas eleições, Alexandre Almeida (PSD), que
acusa o socialista de abuso de poder político e econômico.
Leitoa também responde a uma Aime
impetrada pelo PMDB, que o acusa de captação ilícita de recursos. Segundo ação
do partido, Luciano Leitoa recebeu dinheiro de doações ilegais para sua
campanha.
O que é
Aije
A ação de investigação judicial
eleitoral tem por objetivo impedir e apurar a prática de atos que possam afetar
a igualdade dos candidatos em uma eleição nos casos de abuso do poder
econômico, abuso do poder político ou de autoridade e utilização indevida dos
meios de comunicação social, penalizando com a declaração de inelegibilidade
quantos hajam contribuído para a prática do ato.
Sanções: Inelegibilidade por oito
anos e cassação do registro ou diploma
Aime
A ação de impugnação de mandato
eletivo é uma ação eleitoral, prevista na Constituição Federal, que tem por
objetivo impugnar o mandato obtido com abuso de poder econômico, corrupção ou
fraude.
Sanções - Cassação do mandato eletivo
No Maranhão ainda existem três
casos de indefinição das eleições municipais de 2016
Além de ações com pedido de
cassação de mandato de prefeitos eleitos, no Maranhão existem três casos em que
os prefeitos eleitos ainda não estão com a situação do registro de candidato
definido, o que deixa o fim das eleições adiado, por enquanto, por tempo
indeterminado.
Esse é o caso de Bacuri, Bacabal
e Dom Pedro. Nos dois últimos, os prefeitos eleitos tiveram tanto na justiça de
base quanto no TRE o registro de candidatura indeferidos. Em Bacabal, o
prefeito eleito Zé Vieira (PP) conseguiu assumir o mandato por força de uma
liminar concedida pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Dom Pedro
Já em Dom Pedro, Alexandre Costa
(PSC) teve o registro de candidatura indeferido no TRE e com isso não foi
diplomado. Ele aguarda resultado do recurso impetrado pela sua defesa do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O segundo candidato mais votado,
Hernando Macedo (PDT) também não foi diplomado porque apesar dos votos de Costa
estarem nulos, como foi menos votado, há necessidade de uma nova eleição.
Enquanto a decisão do TSE não
chega, assumiu a prefeitura de Dom Pedro desde janeiro a presidente da Câmara
de Vereadores, Rosa Nogueira (PSDC). Ela já montou toda a sua equipe de
trabalho que foi finalizada semana passada quando nomeou mais quatro
auxiliares.
Em Bacuri, o prefeito eleito Dr.
Washington (PDT) conseguiu ser diplomado e assumir o mandato, mas já foi
retirado e reconduzido pelo menos duas vezes após dia 1º de janeiro de 2017.
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