Imagens foram parar na internet,
após professora confrontar estudante sem uniforme em escola; jovem teria transtorno
depressivo
Juarez Oliveira, especial para o
Estado
TERESINA - A professora Marilena
Silva, diretora da Escola Firmina Sobreira, em Teresina, no Piauí, foi agredida
a socos, puxões de cabelo e pontapés por uma aluna de 16 anos nesta
quarta-feira, 6, no pátio do colégio. Um vídeo com as imagens da agressão
passou a circular nas redes sociais, mostrando também xingamentos trocados
entre as duas. Ouça:
O fato ocorreu após a diretora
chamar a atenção de alguns alunos que entraram na unidade para realizar as
últimas provas do semestre sem o uniforme completo. “Eu não impedi que ela
fizesse prova e não queria que ninguém fosse prejudicado. Mas disse que, a
partir do dia seguinte, não iria aceitar que ninguém entrasse sem fardamento
(uniforme). Aí, ela se irritou e me agrediu daquela forma”, disse Marilena ao
Estado.
A professora informou que a aluna
já havia estudado na Firmina Sobreira em 2015, após ser transferida de outra
escola por ter sido vítima de agressão praticada por colegas. “Ela acabou
reprovada, pois não tinha conseguido se adaptar.”
A jovem frequentou uma escola da
rede privada em 2016. Em agosto de 2017, a escola Firmina Sobreira recebeu uma
intimação do Conselho Tutelar para que a aluna fosse readmitida, desde que
respeitasse as regras.
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A estudante foi levada da escola após agredir física e verbalmente a professora Foto: Reprodução |
Segundo Lucileide Magalhães, do
1.º Conselho Tutelar de Teresina, a aluna é diagnosticada com transtorno
depressivo e faz uso de medicação controlada. Outro conselheiro, Marcus
Vinícius Gomes, considerou que a jovem sofreu um “princípio de surto
psicótico”.
Lucileide informou ainda que
nesta quinta-feira, 7, o Conselho Tutelar se reuniu com a família da aluna e
psicólogos para discutir as providências. “O foco dessa primeira reunião foi a
situação da adolescente, no aspecto escolar, após o ocorrido. Ficou decidido
que ela vai retomar as atividades dela na Gerência de Educação, para concluir o
ano letivo.” A jovem estaria sofrendo cyberbullying, uma perseguição na
internet, por causa do caso.
A diretora da unidade escolar
Firmina Sobreira prestou depoimento nesta quinta na Delegacia do Menor
Infrator, em Teresina. “É um descaso muito grande das autoridades. Você sabe
que não temos vigilantes nas escolas, o que temos são agentes de portaria e
acaba tendo um descompromisso, entra quem quer, você pede para vigilância não
deixar entrar sem farda e às vezes os próprios vigias não querem bater de
frente, porque qualquer coisa dá processo. E acaba que a gente fica vulnerável
dentro da escola.”
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