O Núcleo das Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher
Vítima de Violência Doméstica e Familiar (NUPEVID), do Ministério Público do
Estado do Piauí (MP-PI), publicou Nota de Repúdio, nesta terça-feira (4), sobre
o ato de agressão e violência praticado contra a árbitra Eliete Fontenele. A
agressão ocorreu na noite de segunda-feira (3), durante partida de futsal na
quadra da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar).
A promotora Amparo Paz, coordenadora do NUPEVID, destaca que
a árbitra apenas exercia o seu trabalho durante o ocorrido, informando que
Eliete teve sua integridade física lesionada, com socos no rosto, pelo
acadêmico de Engenharia de Pesca, Rodrigo Quixaba, após o jogador receber um
cartão vermelho.
Na nota, Amparo Paz cita dados recentes que colocam o Brasil
como o quinto país do mundo mais violento contra as mulheres, ressaltando a
importância da educação no enfrentamento à violência de gênero.
Confira Nota de Repúdio
do NUPEVID/MP-PI na íntegra:
Nota de Repúdio
O Núcleo das Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher
Vítima de Violência Doméstica e Familiar (NUPEVID), do Ministério Público do
Estado do Piauí, em nome de toda sua equipe, vem, por meio desta nota,
manifestar total repúdio ao ato de agressão e violência praticado contra a
árbitra de futebol, Eliete Fontenele, ocorrido na noite de segunda-feira (3),
enquanto apitava uma partida de futsal na quadra da Universidade Federal do
Delta do Parnaíba (UFDPar).
Eliete teve sua integridade física lesionada, com socos no
rosto, pelo acadêmico de Engenharia de Pesca, Rodrigo Quixaba, após o jogador
receber um cartão vermelho. A árbitra apenas exercia o seu trabalho!
Por oportuno, queremos destacar aqui a participação da mulher
no mercado de trabalho e sua busca por mais espaço e respeito, incluindo
carreiras que antes eram consideradas apenas para homens. Desta feita, não
vamos permitir, de modo algum, que a falta de respeito, o machismo e o
preconceito pela condição de gênero, a condição de ser uma mulher, retrocedam
as conquistas já alcançadas.
Claro que ainda temos muito a avançar. O Brasil é o quinto
país do mundo mais violento contra as mulheres, segundo o Alto Comissariado das
Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH). Somente a garantia dos
direitos humanos das mulheres, com a plena efetivação da Lei Maria da Penha e
uma educação que favoreça uma cultura não sexista, de enfrentamento ao machismo
e à violência contra as mulheres e meninas, poderá mudar essa triste realidade.
Portanto, lamentamos esse triste e vergonhoso fato ocorrido
em Parnaíba. Ao mesmo tempo que também manifestamos nossa solidariedade e o
apoio desse Núcleo à Eliete Fontenele.
Reiteramos que o fim da cultura de violência contra as
mulheres e a emancipação feminina são pressupostos para a construção de uma
sociedade mais justa. E finalizamos esta nota pedindo o que nos é de direito:
respeitem as mulheres!
Amparo Paz – titular da 10ª Promotoria de Justiça e
Coordenadora do NUPEVID
Comentários