Shopping da Cidade: retirada dos camelôs do Centro de Teresina completa 10 anos com festa

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Novo espaço proporcionou diversas mudanças, dentre elas, a de que os vendedores ambulantes passaram a ser microempreendedores, muitos deles com CNPJ registrado


Há dez anos, a realidade do Centro de Teresina era diferente. O comércio informal nas ruas, praças e calçadas causavam problemas de mobilidade, segurança, dentre outros que geravam desconforto para a população. A discussão da organização dos conhecidos camelôs em um único local eram recorrentes em um processo de planejamento da cidade. Com a realização de planejamento estratégico da Agenda 2015 dentro do eixo de revitalização do Centro, mais uma vez veio à tona a organização do comércio informal da cidade, e nesses processos surgiu a diretriz de que seria necessário intervir com uma revitalização.

O planejamento tinha como ponto focal a retirada dos camelôs para desobstruir ruas e praças, para que assim, a Prefeitura pudesse fazer uma requalificação urbanística nesses logradouros. Após esse primeiro processo, um local estratégico deveria ser estudado para não distanciar os ambulantes do Centro da cidade, pois não sobreviveriam fora da área comercial. Após um período buscando soluções, a área que funcionava o terminal rural, na Avenida Maranhão, foi escolhida para a construção do shopping. O terminal foi deslocado para outro ponto, também central.

Depois de anos de cadastramento e monitoramento dos camelôs, em 2009, o Shopping da Cidade foi inaugurado. Escadas rolante, praça de alimentação, pontos comerciais, banheiros, órgãos públicos, dentre outros, ofereceram excelente estrutura tanto para os vendedores, como para os clientes. Além disso, capacitações com os ambulantes foram realizadas, mostrando a nova realidade e logística de trabalho que foi totalmente modificada.

“Inauguramos o Shopping da Cidade há dez anos e conseguimos, além de mobilização, permanente diálogo com os trabalhadores. A Câmara de Dirigentes Lojistas de Teresina, O Sindilojas e o Sindicato dos ambulantes nos ajudaram muito em todo esse processo e são grandes parceiros. Em um só dia todos os ambulantes se fixaram no shopping. Nós estamos completando dez anos de muito aprendizado, pois ainda é uma coisa nova para Prefeitura”, destacou Carmen Neudelia Carvalho, coordenadora de captação de recurso da Secretaria Municipal de Planejamento (SEMPLAN).

O Shopping da Cidade proporcionou diversas mudanças, dentre elas, a de que os vendedores ambulantes passaram a ser microempreendedores, muitos deles com CNPJ registrado, o que gerou a abertura de novos sindicatos para a representação da classe.

“Mudou muito o contexto. Eles saíram de ambulantes para microempreendedores em um shopping modelo que incentivou outros Estados. Antes, estavam expostos ao sol, chuva e o shopping oferece conforto e segurança para todos. O trabalho realizado pela Prefeitura foi muito bom. Antes de entrar no Shopping tivemos cursos de capacitação, de gestão de negócios e sentimos a necessidade de criar uma associação, onde fizemos parcerias e estamos sempre qualificando e oferecendo eventos, como por exemplo o Shopping Mostra Moda. Este evento acontece duas vezes por ano e foi criado em 2010 para cada comerciante mostrar o que tem de melhor no seu estoque e hoje estamos na sua 19º edição”, ressaltou Ana Eliana, presidente da Associação de Microempreendedores do Shopping da Cidade.

Neuraci Viana, de 43 anos, é microempreendedora de moda feminina no Shopping da Cidade. Ela conta das dificuldades de quando era camelô e dos planos que tem depois da ida ao shopping.

“Eu fui camelô no calçadão da Simplício Mendes por oito anos, vendendo roupa feminina. De início eu não quis aceitar a mudança, pois tinha medo. Muita gente dizia que o shopping não iria ter a estrutura adequada e teria muitos problemas, mas erraram, e o shopping é uma benção na minha vida. Já estou aqui há dez anos e muita coisa mudou. Aprendemos a investir nosso dinheiro, a ter capital de giro, atender melhor os clientes. Hoje somos uma família e ajudamos uns aos outros, viramos referências. A gente não tinha nada, quando chovia a gente tinha que correr, para ir ao banheiro tínhamos que entrar nas lojas, hoje temos uma comodidade muito grande, temos tudo no shopping e me sinto mesmo uma microempreendedora. Pretendo continuar aqui e também expandir meu negócio para outros bairros, tudo dentro da formalidade”, concluiu. (Com informações do Portal OitoMeia). 

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