Brasil terá de pagar R$ 830 milhões pela adesão à
coalizão de 168 países para garantir vacina contra a Covid-19
Élcio Franco (foto acima), do Ministério da
Saúde, disse que intenção é vacinar primeiro os 10% da população com risco de
desenvolver formas graves da doença
O governo brasileiro começou a pagar nesta
quarta-feira (7) a primeira parcela, de R$ 830 milhões, pela adesão ao
Instrumento de Acesso Global de Vacinas Covid-19. Parte deste valor,
cerca de R$ 91 milhões, poderá ser devolvido se o país não comprar nenhuma
vacina do consórcio coordenado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para o
desenvolvimento rápido e seguro de imunização.
As informações foram dadas por representantes do
Ministério da Saúde durante audiência pública da comissão externa que acompanha
as ações de combate ao novo coronavírus. Duas medidas provisórias (MP 1003/20 e MP 1004/20) que estão sendo examinadas pela
Câmara dos Deputados oficializam o acordo com o chamado Covax Facility,
coalizão de 168 países para garantir vacina contra o vírus, e destinam R$ 2,5
bilhões para a iniciativa.
O secretário-executivo do Ministério da Saúde,
Élcio Franco, explicou que a meta do grupo internacional é ter 2 bilhões de
doses de vacinas até o final de 2021. A recomendação é imunizar entre 10% e 50%
da população de cada país. O Brasil está trabalhando com um percentual de 10%,
o que corresponderia a 42 milhões de doses, na hipótese de a vacina escolhida
ser aplicada em duas vezes. O secretário Elcio Franco detalhou qual seria a
parcela da população a ser imunizada com essas doses.
“Importante registrar que este número de 10% da
população é baseado em estudos científicos que apontam grupos de risco
principais para o desenvolvimento de formas graves da doença: indivíduos com 80
anos ou mais, equivalentes no Brasil a 4.411.053 pessoas; pessoas com
morbidades (10.766.989 habitantes) e trabalhadores da saúde (5.034.064
trabalhadores), totalizando 20.242.106 brasileiros”.
O ingresso na Covax Facility prevê o pagamento de
mais R$ 1,7 bilhão caso o Brasil escolha uma das vacinas do consórcio. Os
representantes do Ministério da Saúde reiteraram que a adesão ao grupo não
impede o estabelecimento de outros acordos para a compra e a produção de
vacinas.
Valores
Teixeira Jr. (foto acima) destacou que
deputados precisam ter clareza do acordo para aprová-lo no Plenário
O coordenador da Comissão Externa, deputado Dr.
Luiz Antonio Teixeira Jr. (PP-RJ), explicou porque os parlamentares
insistiram em ter explicações detalhadas sobre os custos de ingressar neste
grupo que já conta com 168 países.
“Aqui, a gente apoia as ações do governo, porque a
gente busca que a população seja imunizada. A gente precisa esclarecer o que a
gente esteja votando, porque somos nós que vamos ao Plenário, somos nós que
somos cobrados diariamente na rua e somos nós que somos cobrados aqui, de
maneira remota, por toda a população brasileira, querendo informações,
informações válidas para deixar claro todo o acompanhamento e todas as ações do
governo federal, dos governos estaduais e dos governos municipais.”
O secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Helio Angiotti Neto, relatou que as 9 vacinas que fazem parte do portfólio da Covax Facility estão em diferentes fases de testes e os resultados de alguns dos estudos clínicos já foram publicados. Durante a audiência, os parlamentares expressaram uma preocupação: a vacina resultante da parceria entre a chinesa Sinovac e o Instituto Butantan ainda não faz parte desse instrumento internacional.
Fonte: Agência Câmara de Notícias
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