O antigo prédio do Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS), situado no cruzamento das Ruas Coelho
Rodrigues e David Caldas, tem provocado grande preocupação entre as pessoas que
trabalham no Centro da cidade ou que precisam passar pelo local com frequência.
Como o prédio está abandonado há
décadas, sua estrutura já apresenta avançados sinais de deterioração, e,
portanto, o risco de desabamento é considerável, o que poderia culminar em uma
tragédia de grandes proporções.
O prédio fica localizado em
frente à Praça João Luís Ferreira, e pertence ao Governo Federal. Há alguns
anos, cogitou-se implantar no local um novo centro de cultura do Banco do
Nordeste do Brasil (BNB), mas a ideia acabou não indo adiante, por conta do
alto custo estimado para a recuperação do edifício.
Esta semana, a Câmara Municipal
de Teresina aprovou um requerimento de autoria do vereador Antônio Aguiar
(PROS) propondo a realização de uma audiência pública destinada a discutir uma
alternativa de uso social para o antigo prédio. Após conversar com algumas
pessoas que trabalham nas imediações do edifício, Aguiar constatou que a
sensação de insegurança na região é constante, e todos pedem uma intervenção
urgente do poder público no local.
Em pronunciamento na Câmara, o
vereador elencou algumas soluções possíveis para o problema, como a instalação
de um centro administrativo da Prefeitura no local, ou mesmo sua destinação
para algum projeto da área de cultura e entretenimento.
"Esse prédio poderia agregar
secretarias, fundações, institutos e outros órgãos municipais. Nós sabemos que
hoje a prefeitura paga aluguéis caríssimos para alocar boa parte da estrutura
da administração municipal, em diferentes pontos da cidade. Com a centralização
desses órgãos num único edifício, o município estaria poupando recursos
públicos e, ao mesmo tempo, facilitando a vida dos cidadãos, por conta da
localização estratégica", observa Aguiar.
O vereador do PROS ressalta que o
prédio, que tem mais de seis décadas de construção, encontra-se interditado
pelo Corpo de Bombeiros. Por essa razão, antes de ser novamente utilizado, ele
precisa passar por uma minuciosa restauração, de maneira a garantir a total
segurança dos servidores públicos e demais pessoas que irão frequentar o
prédio.
Com relação ao investimento
necessário para a recuperação, o vereador Antônio Aguiar acredita que os
recursos podem ser facilmente levantados a partir de um convênio entre a
Prefeitura e o Governo Federal. Além disso, o parlamentar considera que a
compensação financeira viria num prazo relativamente pequeno. "Se o
edifício voltar a ser utilizado, a Prefeitura estará resgatando um patrimônio
de valor histórico para a nossa cidade, ao tempo em que poderá oferecer, num só
local, uma série de serviços úteis aos nossos munícipes", pontua Aguiar.
O major Egídio Leite, chefe do
setor de Relações Públicas do Corpo de Bombeiros, explica que o principal
problema do prédio é a inexistência de um sistema de prevenção e controle de
incêndio. "Eu mesmo já participei de vistorias no prédio e, num primeiro
momento, não detectamos um risco iminente de desmoronamento. Mas o local está
interditado porque não possui os mecanismos adequados para o combate a incêndios.
E se, eventualmente, um acidente desse tipo ocorresse, a estrutura poderia não
resistir", detalha o major.
Egídio Leite acrescenta que
apenas com a realização de uma perícia aprofundada do edifício será possível
determinar se ele ainda pode ser recuperado ou se deve ser implodido.
A audiência pública aprovada pela
Câmara para discutir o problema deve ser realizada no mês de abril, e para o
evento devem ser convidados representantes da Prefeitura de Teresina, do
Governo do Estado, do Governo Federal, do Corpo de Bombeiros, do Conselho
Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí (Crea-PI) e de entidades da
sociedade civil organizada.
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