Comentário do jornalista, escritor e radialista Zózimo Tavares, na
rádio Cidade Verde 105,3, na terça-feira (11)
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Jornalista Zózimo Tavares (camisa azul) |
"Em 1980, eu fazia um
jornalzinho mimeografado em Água Branca, a minha cidade. Era uma publicação do
grupo de jovens, com uma tiragem modesta.
Mas o prefeito entendeu que o
jornalzinho estava passando das medidas, fustigando a sua administração. E
baixou um decreto determinando o fechamento do nosso jornal. E logo começaram
as hostilidades contra mim e outros que faziam o jornalzinho.
Eu ainda era adolescente e
estudante. Cursava edificações na Escola Técnica Federal do Piauí, hoje IFPI.
Aqui em Teresina, levamos o caso
ao conhecimento do secretário de Segurança, através do Clube do Repórter do
Piauí, à época presidido pelo jornalista Francisco Leal.
O Dr. Macário Oliveira, que na
ocasião respondia pela Secretaria de Segurança, expediu imediatamente um ofício
para o delegado de polícia de Água Branca, determinando que nos desse proteção
e garantisse a circulação de nosso jornalzinho.
Muito bem! Lembro esse episódio a
propósito de outro, que aconteceu na tarde de sábado.
O jornalista Ademar Sousa, o
Ademarzinho, atuava como locutor na inauguração do calçamento do Povoado
Invejada dos Cardosos, na zona rural de Alto Longá.
Estavam presentes os secretários
de Segurança Pública, Fábio Abreu (deputado federal licenciado) e das Cidades,
Fábio Xavier (deputado estadual licenciado).
De repente, um quiprocó. O
jornalista foi agredido fisicamente a socos pelo ex-prefeito Flávio do Teté, na
companhia do vice-prefeito Maciel Sindô, do vereador Cícero Branco e do
ex-vereador Assis Sindô, dentre outros.
Por pouco, o jornalista não foi
linchado. Eram quase 10 homens contra ele, inclusive um policial civil.
Que relação tem o episódio que
contei no início, registrado há 37 anos, em Água Branca, com este ocorrido em
Alto Longá?
É a seguinte: diante de uma
ameaça contra um jovem que nem profissional era ainda, naquela época, o
secretário de Segurança de então enquadrou a polícia e determinou que ela desse
proteção à circulação do jornalzinho e aos seus redatores.
Agora, um jornalista profissional
apanha na frente do secretário de Segurança e fica por isso mesmo.
Naquele tempo, ainda estávamos em
plena ditadura. Agora vivemos em plena democracia!"
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