O deputado estadual Adriano Sarney (PV)
anunciou na Assembleia Legislativa que entrará na Justiça com Ação Direta de
Inconstitucionalidade (Adin) contra a Medida Provisória 272/2018 do governador
Flávio Dino (PCdoB) que trata dos vencimentos dos professores estaduais.
Aprovada pelo plenário da
Assembleia Legislativa ontem, com votação maciça da base governista – mas com
votos contrários dos demais parlamentares de oposição -, a MP prevê reajustes
diferentes para a mesma categoria e não contempla os anos anteriores. Professores
lotaram a galeria em protesto contra a MP, afirmando que a medida do governo
comunista prejudica a categoria.
“Esta medida é uma afronta à
Constituição e por isso ponho à disposição o Partido Verde para ingressar com
uma Adin junto ao STF. Além disso, nós vamos à Brasília procurar a bancada
maranhense e pedir que nos apoiem na luta contra esta medida provisória que não
tem pé nem cabeça, assinada por um ex-juiz federal que deveria ter mais
conhecimento das nossas leis, ou talvez não queira proceder de forma correta”,
assinalou Adriano.
O parlamentar destacou a forte
mobilização dos professores em manifestação na galeria da Assembleia
Legislativa, organizados em busca de seus direitos, ressaltando as vitórias da
categoria ao longo de décadas como fruto de muita luta, enaltecendo cada
conquista trabalhista.
Pela MP 272/2018, o reajuste dos
professores será de 6,8% e 10%. Além do reajuste diferente para os docentes, a
categoria reclama que os percentuais previstos na MP não contemplam os anos sem
aumento.
Na Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa, os deputados Eduardo Braide (PMN) e
César Pires (PV) tentaram aprovar emenda que previa o reajuste igual para toda a
categoria fixado em 10%. No entanto, foi rejeitada pelo maioria da comissão.
Passada a etapa da CCJ, a MP dos
professores chegou ao plenário da Casa para ser votada pelos deputados. Por
isso, os professores e entidades de classe começaram a fazer movimentos na
Assembleia contra a aprovação. A categoria esteve na galeria da Casa.
Com a possibilidade de votação da
MP 272/2018, o deputado Adriano Sarney anunciou que – se aprovada em plenário a
medida provisória – ele e o PV entrarão no Superior Tribunal de Justiça (STJ)
com Adin já que, segundo o parlamentar, a MP é inconstitucional.
“Vamos à Justiça e vamos antes
buscar outros partidos políticos para engrossar a Adin que deveremos ingressar
contra esta medida provisória que é contra os professores do Maranhão. É
inconstitucional”, afirmou o deputado do PV.
Pires vê prejuízos salariais aos
professores
O deputado César Pires criticou
duramente o governador Flávio Dino e sua base na Assembleia Legislativa do
Maranhão por impor prejuízos salariais aos professores estaduais na votação da
Medida Provisória 272, que desrespeita o Estatuto do Magistério. Ele chegou a
apresentar uma emenda à MP, para manter a data-base e reajuste salarial linear
para a categoria, mas teve sua proposta rejeitada pelos parlamentares
governistas.
A Emenda Modificativa apresentada
por César Pires pretendia preservar direitos dos professores estaduais já
assegurados no artigo 32 da Lei 9.860, o Estatuto do Magistério: “o poder
Executivo procederá aos ajustes dos valores do vencimento do Subgrupo
Magistério da Educação Básica no mês de janeiro, no percentual do piso salarial
profissional nacional do magistério”. Mas pela MP 272, o governo Flávio Dino
impôs reajustes diferenciados para a categoria, de forma parcelada e sem
respeitar a data-base, não retroagindo a janeiro.
“O Estatuto do Magistério foi
fruto da luta dos professores, e tive a honra de participar da sua construção
já em 1994, quando ainda era pró-reitor de Graduação da Universidade Estadual
do Maranhão. O que vejo agora com muita tristeza é essa involução que traz
prejuízos irreparáveis à classe dos professores. Por isso apresentei essa
Emenda Modificativa, para reparar essa injustiça cometida pelo Governo, que é a
destruição do Estatuto do Magistério”, enfatizou César Pires.
Na opinião do deputado, o governo
traiu a categoria e contradisse todos os seus discursos de valorização dos
professores e de investimento na qualidade da educação pública. “O governo dá
10,47% para um número menor de professores, e 6,81% para a grande maioria, num
total desrespeito ao artigo 32 do Estatuto do Magistério. Nenhum desses
profissionais merece ser tratado de forma diferenciada e injusta e o que eles
querem é somente o cumprimento da lei. Por isso apresentei a emenda na
esperança de que o governo pudesse reconhecer esse grande equívoco”, justificou
ele.
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