Ministro Guedes Foto: Fábio Rodrigues/Agência Brasil |
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse hoje (28) que está confiante na aprovação da reforma da Previdência e que houve "muito ruído de comunicação" nas últimas semanas. A declaração foi feita após almoço com o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), o secretário especial da Previdência Social, Rogério Marinho e lideranças partidárias.
“Estou muito confiante de que os poderes, independentes,
estão harmonicamente buscando aperfeiçoamento institucional do Brasil. Existem
os ruídos de comunicação, houve muito combate durante a campanha e esse barulho
vai diminuir e os exercícios das próprias funções vão fazendo uma convergência,
uma harmonização. Eu acho que isso é natural, o barulho está um pouco acima,
exatamente porque houve esse choque inicial”, afirmou.
Segundo Guedes, o desentendimento entre Maia e o presidente
Jair Bolsonaro “foi um barulho”. Para o ministro, Maia tem sido um interlocutor
entre o Legislativo. "Maia tem me apoiado muito e facilitado as conversas
mais frequentes com políticos para que se explique a importância da nova
Previdência", afirmou.
Maia disse que a presença do ministro na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, na próxima quarta-feira (4), facilitará
a compreensão pelos parlamentares da Proposta de Emenda à Constituição (PEC)
que altera regras de previdência no país. "O diálogo com o ministro Paulo
Guedes tem sido muito importante. Desde o início do governo, ele tem sido um
interlocutor importante, e a participação dele ajuda muito no convencimento dos
parlamentares. A ida dele na Câmara será importante para que ele possa mostrar
os benefícios que uma reforma difícil vai dar para a sociedade brasileira”,
disse.
“Tenho certeza que nós vamos, daqui para frente, colocar os
trens nos trilhos para que a gente possa caminhar com velocidade”, completou
Rodrigo Maia.
A previsão era que Guedes fosse ouvido nesta semana pelo
colegiado. Segundo o ministro, a sugestão para o adiamento foi de Maia, já que
até o momento não foi indicado relator para iniciar a análise da medida na
comissão.
O ministro da Economia esteve ontem (27), em audiência na
Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Na ocasião, ele reiterou que a
economia final de recursos com a reforma da Previdência não pode ficar abaixo
de R$ 1 trilhão, sob pena de impedir a adoção do regime de capitalização
(quando o trabalhador contribui para a própria aposentadoria) para os jovens
que entrarão no mercado de trabalho. Ele disse que a oposição deveria apoiar a
reforma da Previdência para conseguir governar caso ganhe eleições no futuro.
Plano de recuperação
Após o encontro com Maia, Guedes lembrou que, nesta semana,
se reuniu com prefeitos e com governadores. A maioria deles, conforme o
ministro, defendeu a reforma da Previdência, mostrando o impacto da folha de
salários nas contas dos estados e municípios.
Guedes disse que o governo apresentou um plano de recuperação
das finanças dos estados que está dividido em três etapas. Os estados que
apresentarem um programa de equilíbrio fiscal, com redução de despesas, poderão
receber antecipação de recursos da União.
"Vamos fazer antecipação de recursos para ele poder ter
recursos no início do mandato e, no final, ele pode pagar um pouco da
antecipação que fizemos", argumentou.
A proposta do governo para os estados inclui privatizações e
recomposição das perdas com a Lei Kandir (que isenta ICMS de exportações). O
governo federal, segundo o ministro, vai mudar a distribuição dos recursos do
pré-sal, passando cerca de 70% da arrecadação para os estados e municípios.
"O modelo econômico centralizado foi deformando as finanças
de estados e municípios. Temos que corrigir isso", afirmou.
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