João Henrique com Carlos Melles, que quer a sua cadeira no
Sebrae
O ex-ministro João Henrique Sousa – hoje o único piauiense em
cargo de destaque no plano nacional – está na corda bamba na presidência do
Sebrae. Uma megaoperação para destituí-lo do cargo foi noticiada na imprensa
nacional por vários veículos de comunicação.
Segundo a revista Veja, em sua edição on line, “está em curso
no Sebrae um movimento para afastar o atual presidente, João Henrique de Sousa,
eleito em novembro para um mandato de quatro anos”. Sua eleição, antes da posse
do presidente Jair Bolsonaro, contou com articulação do então presidente Michel
Temer. À época, João Henrique era presidente do Sesi, por indicação de Temer.
Conforme ainda a revista, dez integrantes do Conselho
Deliberativo assinaram requerimento convocando uma reunião para derrubar o
presidente do Sebrae.
A revista dá conta que quem está por trás da manobra é o
ex-deputado federal Carlos Melles, de Minas e não reeleito. Ele é o atual
diretor de Administração e Finanças do órgão e faz o jogo do governo nessa
empreitada.
De olho no caixa
A operação tem o dedo do ministro da Economia, Paulo Guedes,
que, segundo a Folha de S. Paulo, trava uma disputa com líderes das principais
entidades do Sistema para assumir o comando de um orçamento de quase R$ 18
bilhões e poder usar esse dinheiro no custeio de projetos do governo.
No centro desse embate, acrescenta o jornal, estão a CNI
(Confederação Nacional da Indústria), o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas) e a CNC (Confederação Nacional do Comércio). Essas
entidades administram a rede de Sesi, Senai e Sesc.
Aparelhamento
Paulo Guedes articula indicações com o objetivo de patrulhar
a gestão e o caixa dessas instituições, informa a Folha. Assim, o governo
pressionou para que, em 25 de abril, o Conselho de Administração do Sebrae vote
a destituição do atual presidente, João Henrique Sousa.
A CNC e o Sebrae trocaram seus dirigentes pouco antes da
posse de Bolsonaro, o que desagradou ao governo, que, agora, quer fazer uma
faxina geral. No Sebrae, o governo diz ter 11 dos 15 votos do Conselho de
Administração. Para a destituição, é preciso maioria simples.
Jogo bruto
No mês passado, o presidente da Confederação Nacional da
Indústria (CNI), Robson Andrade, foi preso durante a Operação Fantoche, da
Polícia Federal. Ele foi denunciado como suspeito de participação no desvio de
recursos do Sistema S em um projeto realizado em parceria com o Ministério do
Turismo, mas foi solto no mesmo dia.
Embora posto em liberdade, o presidente da CNI foi afastado
temporariamente do cargo e até agora não retornou ao comando da instituição. (As informações são da Coluna do Zózimo/Portal Cidade Verde).
Comentários