Por G1 CE
José Hilton de Paiva é denunciado por estuprar e filmar
mulheres durante décadas — Foto: TV Globo/Reprodução
A defesa do médico e prefeito afastado de Uruburetama, José
Hilson de Paiva, suspeito de estuprar e filmar os crimes em um consultório
durante 30 anos, pediu habeas corpus na Justiça Estadual do Ceará na noite
desta terça-feira (23). Ele é denunciado por abusar sexualmente de pelo menos
17 mulheres. O pedido de habeas corpus será analisado pela Justiça.
Hilson de Paiva foi preso na sexta-feira (19) por
determinação do juiz de Uruburetama, José Cléber Moura. O Ministério Público,
que fez o pedido da prisão, defende que José Hilton é capaz de "coagir,
constranger, ameaçar, corromper" e praticar atos que possam comprometer a
investigação caso seja mantido livre.
O advogado do prefeito afastado, Leandro Vasques, argumenta
no pedido de habeas corpus a "ausência de contemporaneidade" da
denúncia. Conforme a defesa, as denúncias foram feitas há mais de seis meses e,
portanto, são inválidas. Vasques acrescenta que não há "fato minimamente
concreto" que prove a acusação de estupro contra o cliente.
Câmara de Uruburetama vota pelo afastamento do prefeito
suspeito de abusar de dezenas de mulheres — Foto: JL Rosa/G1
A defesa do médico já havia solicitado a conversão da prisão
preventiva em prisão domiciliar durante audiência no sábado (20), alegando
problemas de saúde do preso, de 70 anos. Entretanto, o juiz recusou o pedido
por falta de provas que garantissem o estado de saúde de José Hilson.
Vazamento de vídeos
Um total de 63 vídeos entregue ao Ministério Público do Ceará
(MPCE) mostra os casos abusos sexuais do médico contra as pacientes.
Profissionais da Associação Médica Brasileira analisaram os vídeos e concluíram
que se trata "claramente" de "estupro das pacientes".
A existência do material foi divulgada pelo Fantástico e pelo
G1 em 14 de julho. Após a reportagem, órgãos reagiram às denúncias feitas
contra o prefeito:
A defesa de José Hilson de Paiva também solicitou a
investigação para apurar a autoria do vazamento dos vídeos e da subtração de um
HD que armazenava as imagens; os arquivos, conforme o advogado, desaparecem da
residência do suspeito há um ano. Leandro Vasques afirma que o caso se enquadra
na Lei Carolina Dieckmann.
Conforme relato das pacientes ao Fantástico, José Hilton
enganava as mulheres, dizendo estar realizando serviços ginecológicos enquanto
abusava delas. Em alguns casos, conforme denúncia das pacientes, José Hilton
colocava a boca nos seios delas dizendo estar sugando secreção e penetrava
nelas sob o pretexto de "desvirar o útero".
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