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Dezembro de 2019 foi o mês em que as famílias brasileiras mais se endividaram nos últimos nove anos. A inflação em 2019 bateu 4,31%, o setor mais que mais contribuiu para este número foi o de "alimentação e bebidas", que sozinho apresentou alta de 6,37% no ano, o que gerou impacto de 1,57 ponto percentual no total.
Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do
Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo (CNC), o índice de endividamento em 2019 alcançou 65,6%,
sendo este o maior percentual da série histórica desde janeiro de 2010. Em
novembro o índice já estava em 65,1%.
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, avalia que o
resultado, apesar de ligar o sinal de alerta, não pode ser considerado
negativo. Segundo ele, como o endividamento não foi acompanhado de um aumento
expressivo da inadimplência, os dados indicam uma dívida com responsabilidade e
compatível com a renda das famílias. “A tendência de alta do endividamento está
associada à ampliação do mercado de crédito ao consumidor, impulsionada por
fatores como a melhora recente no mercado de trabalho, sobretudo no emprego
formal, e a redução das taxas de juros para patamares mínimos históricos, o que
permitiu a redução do custo do crédito”, afirma Tadros.
Outro dado que reforça o ponto destacado pelo presidente da
CNC é a parcela média da renda comprometida com dívidas, que, apesar de ter
aumentado no comparativo anual (29,7% contra 29,3%), recuou em dezembro para o
menor patamar desde junho de 2019. “As parcelas estão menores, e as famílias
têm conseguido se organizar para acomodar os pagamentos dentro do orçamento
mensal”, endossa a economista da CNC responsável pela pesquisa, Marianne
Hanson.
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