Ex-ministro Sérgio Moro Foto: Anderson Riedel/PR |
A Comissão de Ética da Presidência da República decidiu nesta terça-feira, 2, proibir que o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, advogue por um período de seis meses. Ele, no entanto, foi autorizado a dar aulas e escrever artigos para a imprensa. No período em que durar a proibição, Moro seguirá recebendo o salário de R$ 31 mil, pago aos integrantes do primeiro escalão.
Na semana passada, o conselho havia determinado uma
quarentena para o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o impedindo de
atuar na iniciativa privada por seis meses. No período, o salário de ministro
segue sendo pago. Mandetta está recorrendo da decisão e quer atuar em
consultoria e palestras. O pedido de reconsideração foi apresentado na reunião
da Comissão de Ética hoje, mas houve pedido de vista.
O impedimento de exercer atividades profissionais imposto aos
ex-ministros tem como justificativa o fato de eles terem tido informações
privilegiadas no governo.
Moro e Mandetta deixaram o governo rompidos com o presidente
Jair Bolsonaro em abril. Os dois são vistos como adversários políticos,
inclusive com chances de entrarem em uma disputa eleitoral em 2022.
Em 24 de abril, o ex-ministro da Justiça pediu demissão e
acusou Bolsonaro de tentar interferir politicamente na Polícia Federal. A
acusação virou alvo de um inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF), que pode
implicar o presidente em crime de responsabilidade.
Por sua vez, Mandetta deixou o governo em 16 de abril após
resistir à interferência do presidente sobre as medidas de enfrentamento à
pandemia do coronavírus, como o uso amplo da cloroquina, contrariando pesquisas
científicas, e o fim do isolamento social.
Por Jussara Soares
Estadão Conteúdo
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