Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil - Brasília
Imagem: Marcos Corrêa/PR |
O presidente Jair Bolsonaro anunciou hoje (1º) que o auxílio emergencial será prorrogado em mais quatro parcelas de R$ 300. Ele se reuniu na manhã desta terça-feira (1º) com ministros e parlamentares da base do governo, no Palácio da Alvorada, para alinhar as próximas ações do governo na área econômica.
O auxílio é destinado aos trabalhadores informais,
microempreendedores individuais, autônomos e desempregados, como forma de dar
proteção emergencial durante a crise causada pela pandemia da covid-19. O benefício
começou a ser pago em abril, e foi estabelecido em três parcelas de R$ 600.
Em junho, por decreto, o governo prorrogou o auxílio por mais
duas parcelas, no mesmo valor. E agora, com mais quatro parcelas, em valor
menor, o benefício vai se estender até o final do ano.
“Resolvemos prorrogá-lo, por medida provisória, até o final
do ano”, disse Bolsonaro, em declaração à imprensa após a reunião. “O valor,
como vínhamos dizendo, R$ 600 é muito para quem paga e podemos dizer que não é
o valor suficiente para todas as necessidades [das famílias], mas basicamente
atende”, disse.
Reforma administrativa
Durante a reunião, também ficou acertado que, na quinta-feira
(3), o governo vai encaminhar o projeto da reforma administrativa ao Congresso,
que terá como base a meritocracia. Bolsonaro destacou que a medida não atingirá
os atuais servidores públicos, apenas os futuros concursados.
Para o ministro da Economia, Paulo Guedes, a retomada das
reformas é uma importante sinalização do compromisso do governo com a
responsabilidade fiscal e o enfrentamento da crise econômica causada pela
pandemia da covid-19.
“Então, a reforma administrativa é importante, não atinge os
direitos dos servidores públicos atuais, mas redefine toda a trajetória do
serviço públicos do futuro, um serviço público de qualidade, com meritocracia,
concursos exigentes e promoção por mérito. Estamos não só com os olhos na
população brasileira a curto prazo, mas toda a classe política está pensando no
futuro do país e implementando as reformas”, disse o ministro.
De acordo com o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE),
líder do governo no Senado, Bolsonaro já comunicou as decisões de hoje aos
presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre. Bezerra
também adiantou que o programa de distribuição de renda do governo, chamado de
Renda Brasil, também entrará em discussão em breve.
“Existe hoje uma sintonia muito boa entre o Poder Executivo e
o Legislativo para que a gente possa retomar essa agenda de reformas que
iniciou ano passado com a reforma da Previdência, agora dá sequência com a
reforma administrativa. E vamos tocar outras importantes reformas como a
discussão do Renda Brasil, que vem após o auxílio emergencial, para que a gente
possa apresentar o maior programa de solidariedade social da história do
Brasil”, disse o senador.
Ajuda
Cerca de 4,4 milhões (6,5%) de domicílios brasileiros
sobreviveram, em julho, apenas com a renda do auxílio emergencial pago pelo
governo federal para enfrentar os efeitos econômicos da pandemia de covid-19.
Entre os domicílios mais pobres, os rendimentos atingiram 124% do que seriam
com as rendas habituais, aponta estudo publicado nesta quinta-feira (27) pelo
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
A ajuda financeira também foi suficiente para superar em 16%
a perda da massa salarial entre as pessoas que permaneceram ocupadas, segundo a
análise que usa como base os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (Pnad) Covid-19, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
* Matéria alterada às 10h42 para acrescentar informações
0 Comentários