O documentário será lançado em 2023, como parte das comemorações dos 200 anos da independência do Piauí
Foto: Reprodução/CCom |
A primeira mulher negra governadora efetiva do Piauí, escolhida como uma das “Esperanças da Atualidade” falou do legado de luta e inspiração da escrava, reconhecida como a primeira advogada piauiense
A governadora Regina Sousa participou, na tarde de segunda-feira (27), das gravações do documentário “A carta de Esperança Garcia”, dirigido pelo cineasta Douglas Machado. O Theatro 4 de Setembro está sendo usado como set de gravação de uma parte da obra audiovisual. A primeira mulher negra governadora efetiva do Piauí, escolhida como uma das “Esperanças da Atualidade” falou do legado de luta e inspiração da escrava, reconhecida como a primeira advogada piauiense.
“Uma surpresa muito grata ver o quanto ela é simples, muito bonita, muito leve, foi prazeroso. Agora posso dizer que conheço o piauiense. Vocês são muito gentis, hospitaleiros, carinhosos. Vou levar cada um no meu coração” declarou a atriz.
O documentário é baseado na história de Esperança Garcia, uma mulher negra, mãe, escravizada que, no ano de 1770, escreveu uma carta endereçada ao governador da capitania do Piauí. Nela, Esperança Garcia denunciava as situações de violência que ela, as companheiras e seus filhos sofriam na fazenda de Algodões, região próxima a Oeiras, a 300 quilômetros da futura capital, Teresina. O documento histórico é uma das primeiras cartas de direito que se tem notícia. Pelo ato de coragem em escrever a petição, Esperança Garcia foi reconhecida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), como a primeira advogada piauiense. Ela é considerada um símbolo de resistência e ousadia na luta por direitos no contexto do Brasil escravocrata no século XVIII.
O documentário “A Carta de Esperança Garcia” tem como propósito multiplicar a voz ousada da escrava, na visão de mulheres que expressam esta força nos dias atuais. O documentário será lançado em 2023, como parte das comemorações dos 200 anos da independência do Piauí. “Estamos fazendo história. Se Esperança Garcia estivesse, hoje, viva, estaria escrevendo para nossa governadora, que é uma mulher negra de luta extraordinária, que nos deixa comovido e com muita admiração” considerou Douglas Machado. (CCom)
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