Foto: Jornalista maranhense Matias Marinho |
Parte disso, e aliado às sucessivas ameaças de retiradas dos fanáticos da porta dos quartéis do Exército, foi um dos motivos para levar os lunáticos para as ruas de Brasília e promover uma baderna golpista sem precedentes.
Sobre o silêncio e culpabilidade do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro, disse nesta terça-feira (10) que o seu pai, Jair Bolsonaro, está recolhido, quase incomunicável e “lambendo suas feridas”. O senador quis eximir Bolsonaro de qualquer responsabilidade.
Para além de lamber as feridas, Bolsonaro tem que liderar seu rebanho e convencer que o jogo eleitoral acabou. O pouco que tem dito é muito adubo para as mentes da minoria que conseguiram sob escolta policial invadir a sede dos poderes na capital do Brasil.
Os atos golpistas em Brasília, no último oito de janeiro, influenciaram o noticiário e a agenda política desta semana. Suas consequências devem durar bem mais que esta semana cinzenta.
O estrago para democracia é imensurável. O livre e democrático direito de manifestações políticas e de pensamento estão em risco.
A manifestação sem pauta - a não ser de instalar-se um golpe - deve macular outras manifestações futuras da parcela da população que não votou no governo posto, mas aceitou o resultado legítimos das urnas.
É inegável, como dito anteriormente, que vilipendiaram o direito constitucional da livre manifestação. O fracasso do bolsonarismo ultrarradical beneficiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Lula soube estabelecer a ordem e ter proveitos políticos de toda a baderna dos “patriotas de porta de Quartel”. Usou do próprio “remédio patriota”, pedido nos cartazes dos próprios manifestantes: INTERVENÇÃO! Chegou a Intervenção Federal! O Governo e Justiça conseguiram afastar o secretário de segurança do Distrito Federal, Anderson Torres, e o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB).
As instituições precisam ter maturidade política neste momento. Já disse em outros meios de comunicação que é preciso separar o joio do trigo e garantir o exercício pleno da democracia, principalmente o direito da livre manifestação.
Na democracia pode tudo, menos ferir de morte a própria democracia.
* Matias Marinho é jornalista. Artigo publicado originalmente no jornal O Imparcial
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