![]() |
Policial militar Claudemir de Paula Sousa, de 32 anos, morto a tiros por encomenda |
A 15ª Promotoria de Justiça de
Teresina, do Núcleo das Promotorias de Justiça do Júri, ofereceu denúncia
contra oito pessoas pelo homicídio do policial militar Claudemir de Paula Sousa,
de 32 anos, que era lotado no Batalhão de Operações Especiais da Polícia
Militar do Piauí (Bope). Por volta das 21h do dia 06 de dezembro de 2016,
Claudemir saía de uma academia de ginástica localizada na avenida principal do
bairro Saci, zona sul da capital, quando foi atingido pelas costas por oito
disparos de arma de fogo. O Promotor de Justiça Régis Marinho informa que os
oito acusados uniram-se em associação criminosa para planejar e executar o
homicídio, praticando ainda outros crimes para sua perpetuação.
![]() |
Cabo do BOPE Claudemir em ação e morto no bairro Saci, zona Sul de Teresina |
De acordo com as informações constantes do inquérito policial instaurado pelo Grupo de Repressão ao Crime Organizado (GRECO), os acusados Leonardo Ferreira Lima e Maria Ocionira Barbosa de Sousa, que mantinham um relacionamento amoroso e eram parceiros em supostas fraudes ao INSS, encomendaram a morte da vítima. A denúncia aponta que Claudemir Sousa havia retornado há menos de um mês para Teresina, e tencionava reatar o namoro com Maria Ocionira, chegando, inclusive, a pedi-la em casamento.
Temendo que tais fatos
prejudicassem sua relação amorosa e financeira, os acusados planejaram o
homicídio, oferecendo R$ 20 mil aos executores. A negociação foi intermediada
pelo acusado José Roberto Leal da Silva, conhecido como Beto Jamaica, que
contatou Weslley Marlon Silva, Francisco Luan de Sena e Igor Andrade de Sousa
para estabelecer os termos da contratação. Coube a Weslley Marlon Silva e a
outro acusado, Flávio Willame da Silva, a tarefa de executar a vítima. A
denúncia aponta ainda Thaís Monait Neris de Oliveira, que, junto com Francisco
Luan de Sena, serviu como “olheira” e ficou responsável por transmitir um aviso
aos dois executores materiais quando a vítima saísse da academia.
Depois da prática do homicídio,
Weslley Marlon e Flávio Willame empreenderam fuga em veículo que havia sido
roubado há poucos dias por Igor Andrade de Sousa, acusado que também foi o
responsável pelo fornecimento das armas de fogo.
O Promotor de Justiça Régis
Marinho assegura que muitas provas dão suporte à denúncia, a exemplo de
documentos que comprovam o envolvimento negocial entre Leonardo Ferreira Lima e
Maria Ocionira Barbosa de Sousa, os autos de apreensão das armas de fogo, os
depoimentos de várias testemunhas e o dinheiro encontrado no apartamento de
Leonardo Ferreira – um montante de R$ 12.900,00, provavelmente destinado ao
pagamento dos matadores. Os dois amantes, inclusive, tinham marcado já duas
viagens, sendo uma para Natal (RN) no final de 2016 e outra para a Europa em
janeiro de 2017. No mesmo dia do homicídio, 06 de dezembro, Maria Ocionira
trocou mensagens com a mãe da vítima, informando que se casaria com Claudemir
em fevereiro deste ano. O representante do Ministério Público ressalta que tal
atitude demonstra a frieza da acusada, que agiu de forma calculada.
Os oito envolvidos foram
denunciados por homicídio duplamente qualificado, mediante paga ou promessa de
recompensa e mediante recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do
ofendido, em concurso material com o crime de associação criminosa. A denúncia
oferecida pela 15ª Promotoria de Justiça aponta ainda a prática dos crimes de
receptação, porte ilegal de arma de fogo, adulteração de sinal identificador de
veículo e roubo, praticados por alguns dos acusados de acordo com suas parcelas
de participação.
O documento foi protocolizado na
manhã de hoje (20). O Ministério Público requereu ao Poder Judiciário a
determinação para que os acusados sejam instados a responder, no prazo de dez
dias, e intimados para audiência de instrução e julgamento e demais atos processuais,
atos que devem culminar na prolação de decisão de pronúncia, para que os réus
sejam julgados pelo Tribunal Popular do Júri. (Com informações do MPPI).
Comentários