Do Blog do Josias de Souza
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Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) |
Conselheiro aposentado do
Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerias, Sylo Costa tornou-se personagem
involuntário do vale-tudo em que se converteu a sucessão presidencial. Em
artigo veiculado no diário mineiro O Tempo, ele revelou o seu espanto: “Quase
caí da poltrona durante o debate do último domingo, quando ouvi dona Dilma, com
ar triunfal, declarar que eu teria dito, na qualidade de relator das contas do
então governador Aécio Neves, que vacina para cavalo foi contabilizada como
despesa de saúde.”
A frase de Sylo foi evocada por
Dilma no debate da tevê Record como reforço para a acusação que vem fazendo há
semanas de que Aécio “desviou” verbas da saúde à época em que governou Minas
Gerais. “O que ela pretendeu fazer – como de hábito, aliás – foi manipular os
fatos, numa tentativa de atacar seu adversário”, ralhou o dono do comentário
que a candidata do PT convertera em munição.
O que parecia uma bala de prata
virou no artigo de Sylo um cartucho de festim: “Como relator, orientado por
minha assessoria, mandei retirar da conta da Secretaria de Saúde uma fatura de
compra de vacinas sem especificação e lançá-la na conta da Secretaria de
Agricultura, erro material que não afetava o cumprimento do índice constitucional
da saúde. Tanto que me posicionei pela aprovação das contas.”
O ex-conselheiro prosseguiu: “O
parecer prévio sobre as contas do governador foi aprovado por unanimidade.
Posteriormente, recebi da Secretaria de Agricultura a informação de que a
compra das vacinas era mesmo para a saúde, já que se tratava de vacinas contra
aftosa para experimentos da Fundação Ezequiel Dias”.
“Foi esse pequeno erro material
que dona Dilma citou como se fosse um assunto tão grave como os assaltos do seu
governo na Petrobras e em quase tudo o que o governo federal mete o nariz.
Parece coisa de gente que se faz de louca…”, escreveu o ex-conselheiro no
arremate do artigo. “O Brasil vai ter que trabalhar uns 20 anos para pagar a
conta desses governos do PT. Mas, no domingo, milhões de tucanos ou
apartidários como eu estarão enchendo as urnas para o bem do Brasil.”
Por mal dos pecados, a
marquetagem de Dilma forneceu-lhe como arma anti-Aécio a frase de um eleitor do
tucano. Em política, esperteza em excesso costuma engolir o dono.
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