O ex-delegado do Dops Cláudio
Guerra, matador implacável da ditadura militar, conta como migrou do Esquadrão
da Morte para a eliminação de esquerdistas em 1973, no auge da repressão
política, e reconhece os seus erros
O ex-delegado do Dops Cláudio
Guerra, matador implacável de quase uma centena de pessoas, falou ao jornalista
Alberto Dines.
Na Comissão Nacional da Verdade,
o ex-policial, poderoso dos anos 70 e 80, contribuiu para o esclarecimento do
atentado do Riocentro e a morte da estilista Zuzu Angel em acidente de carro.
Os dois com o envolvimento dos agentes de repressão do DOI-CODI do Rio de
Janeiro.
Em entrevista, o hoje pastor Cláudio
Guerra, (foto) conta como migrou do Esquadrão da Morte para eliminação de esquerdistas
em 1973, no auge da repressão política.
Ele foi o homem de confiança do
coronel Freddie Perdigão, chefe do SNI, responsável por dezenas de vítimas
durante os 21 anos do Regime Militar.
Ele detalhou como descobriu uma
maneira de ocultar os cadáveres da esquerda: incinerando os corpos em uma usina
de açúcar em Campos, no Rio de Janeiro.
No programa, Cláudio Guerra faz
um apelo à Comissão Nacional da Verdade para aprofundar os depoimentos dos
envolvidos na repressão. E diz que “não tem como restituir as vidas que foram
tiradas, mas pode cooperar com o esclarecimento da verdade e reconhecer que foi
um erro. Que não se repita”.
Comentários