Desconhecimento das leis de trânsito, impaciência do condutor
e falta de habilidade com as técnicas de pilotagem. Estas são apenas algumas
das maiores causas de acidentes com vítimas envolvendo motocicleta, o veículo
que mais mata no Brasil. Das 37,3 mil mortes que ocorreram em 2016, elas foram
responsáveis por 12,1 mil, o que representa 32% dos acidentes, de acordo com o
Observatório Nacional de Segurança Viária.
Acidentes de trânsito são a principal causa de mortes de
jovens entre 19 a 25 anos. E os especialistas no assunto chamam a atenção para
o despreparo dos condutores por falta da carteira de habilitação. Para o
instrutor de trânsito, Arcanjo Matos, só a CNH permite ao motociclista saber
sobre a importância de itens como: conhecer os pontos cegos, frenagem correta,
combinando os freios dianteiro e traseiro e o respeito às leis de trânsito.
Ele frisa que o não uso do capacete, principal item de
segurança, também tem sua importância desprezada por quem não passa pelo
processo de habilitação. “No curso, o futuro motociclista passa conhecer melhor
as normas de circulação e conduta, as técnicas de pilotagem, como conduzir um
passageiro, controle da moto, desvio de obstáculos, frenagem normal, frenagem
de emergência, as placas de trânsito e tantas outras regas”.
Além disso, o aluno também aprende noções de primeiros
socorros, de respeito ao meio ambiente e todas as técnicas da direção defensiva
para ser prudente no trânsito. Outra etapa essencial do processo é o exame
psicológico. “Alguns alunos brincam ao dizer que o exame psicotécnico vai
avaliar a sanidade mental do candidato. O que é um engano, pois ele vai medir o
grau de atenção e concentração do condutor, nível de agressividade, se ele tem
um bom poder de previsão, de ação e reação”, explica Arcanjo.
O instrutor alerta para uma urgente mudança de comportamento
dos condutores para diminuir o número de óbitos no trânsito. Sem falar nas
fiscalizações, que devem ser mais intensas e as punições mais rigorosas. “Não justifica que as motocicletas
representem apenas 27% do total da frota nacional, segundo o Denatran, mas
terem sido responsáveis por 74% de todas as indenizações do seguro Dpvat em
2017. Cada condutor tem sua responsabilidade imensa no trânsito. Mas é preciso
insistir em uma formação responsável”, arremata.
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