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Governador W. Dias reunido com a sua base política |
O governador Wellington Dias apresentou, na segunda-feira (11), aos deputados da base aliada do governo na Assembleia Legislativa do Piauí a proposta de reforma administrativa que prevê a extinção de 19 órgãos estaduais. A proposta também planeja a fusão entre secretarias e absorção de algumas áreas. O objetivo da nova estrutura administrativa mira eficiência e economia para enfrentar a crise econômica nacional, permitindo que o Governo do Estado continue prestando os serviços prioritários para a população e o Piauí prossiga rumo ao desenvolvimento.
Segundo o governador, a ideia é dar uma nova dinamicidade ao
Estado, reduzindo despesas para evitar um colapso fiscal. "Não vamos
cortar concursados ou reduzir salários, como outros estados estão fazendo, mas
estamos propondo a redução de contratos e contenção de despesas. Queremos
alcançar alto índice de desenvolvimento humano - IDH a partir de 0,7 - até 2022
e essa reforma vem para modernizar e simplificar os processos administrativos.
Essas medidas são tomadas para que possamos manter os investimentos”, destaca
Wellington.
Modernização e
simplificação
Entre as medidas propostas na reforma está a redução da frota
de veículos do Estado com a implantação da ferramenta TaxiGov para uso de todos
os órgãos do poder Executivo na capital, a exemplo de aplicativos como o Uber e
o 99, a fim de reduzir drasticamente os custos com locação de veículos.
O projeto da reforma também prevê a criação de uma central de
projetos, ligada à Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan). Outro ponto é
a criação do Sistema Eletrônico de Informação (SEI), de processo eletrônico,
que visa acabar com processos em papel e tornar os procedimentos mais ágeis.
O secretário de Estado da Administração, Ricardo Pontes,
adianta mais inovações: os gestores de cada pasta terão que cumprir um contrato
de gestão, com metas e índices de mensuração estabelecidos pela Secretaria do
Planejamento.
“Quando o governador for despachar com determinado
secretário, o primeiro ponto da pauta serão as metas, saber se foram atingidas,
ou quais as dificuldades. Caso o problema seja uma deficiência do gestor, ele
será chamado para conversar e, se for o caso, até ser substituído por um novo
gestor que possa cumprir o que foi pactuado”, afirma Pontes.
Também está prevista a criação do Portal de Serviços ao
Cidadão, uma espécie de Espaço da Cidadania na web, e do Sistema Integrado de
Avaliação do Planejamento e Orçamento (Siapo). Serão definidas as instâncias de
decisões e autorizações para novos projetos e contratos, bem como a implantação
de novo Sistema de Gestão de Pessoas e o Sistema de Controle de Diárias e
Passagens.
Centralização
A reforma prevê que toda política de contratação de pessoal,
aumento salarial, capacitação e concursos deve ser pactuada primeiro pelo
Conselho de Gestão de Pessoas. Além disso, a extinção e fusão de órgãos visa
definir as atribuições específicas de cada pasta, evitando a sobreposição de
ações.
Dessa forma, o Instituto de Desenvolvimento do Piauí (Idepi)
deve centralizar todas as obras e ações na área de Recursos Hídricos, o que
resultará na extinção da Coordenadoria de Recursos Hídricos. O Departamento de
Estradas de Rodagem (DER-PI) será responsável por todas as ações relacionadas à
manutenção e conservação de rodovias pavimentadas e vicinais.
A Secretaria de Estado da Administração e Previdência deve
centralizar todos os processos de licitação. A Empresa de Gestão de Recursos do
Piauí (Emgerpi) ficará apenas com a gestão de pessoas, uma vez que a gestão das
carteiras imobiliárias serão repassadas para a Agência de Desenvolvimento
Habitacional (ADH), juntamente com o Programa de Regularização Fundiária Urbana
(Minha Casa Legal).
Economia
O Estado planeja economizar cerca de R$ 300 milhões por ano
com a reforma. Para isso, está revendo os contratos administrativos, reduzindo
o número de terceirizados e vetando a disposição de servidores com ônus para o
Piauí.
Serão realizadas: a revisão do custeio de todos os órgãos;
auditoria na Folha de Pagamento; revisão das Condições Especiais de Trabalho;
centralização dos gastos com pessoal e custeio dos hospitais na Secretaria de
Estado da Saúde; venda ou locação dos imóveis vazios do Estado; e aceleração de
processos de parcerias e concessões com a iniciativa privada.
Medidas para contenção de despesas já vêm sendo tomadas há
algum tempo. O secretário de Governo, Merlong Solano, aponta como exemplo a
resolução 01/2019 da Comissão de Gestão Financeira e Gestão por Resultados,
publicada no dia 29 de janeiro deste ano, que suspende novas contratações, a
locação de veículos, a concessão de diárias e de passagens aéreas; redução de
25% dos contratos administrativos e de 50% de operações planejadas, dentre
outras.
Extinções e fusões
- Controladoria Geral
do Estado
Incorpora as atribuições da Ouvidoria Geral e cria uma
Corregedoria Geral
- Secretaria do
Planejamento
Incorpora atribuições da Fundação Cepro, que será extinta;
coordenará os contratos de gestão e a Central de Projetos
- Secretaria da Administração e Previdência
Cria a Superintendência de Gestão de Pessoas e centraliza
todo o processo de licitações
- Secretaria de Desenvolvimento da Agricultura Familiar
Altera a nomenclatura e atribuições voltadas para agricultura
familiar; incorpora as atribuições da Coordenadoria de Combate à Pobreza Rural
e da Coordenadoria de Piscicultura, que serão extintas
- Secretaria da Educação
Incorpora as atribuições da Coordenadoria do Programa de
Educação por Mediação Tecnológica, que será extinta
- Secretaria das
Cidades
Incorpora as atribuições da Coordenadoria de Modernização e
Qualificação de Empreendimentos Públicos, que será extinta; passa a centralizar
as obras de mobilidade urbana
- Secretaria da
Segurança Pública
Projeto de Lei criando o Sistema de Gestão de Risco
- Secretaria de Assistência Social, Trabalho e Direitos
Humanos
Incorpora as atribuições da Sasc, Secretaria do Trabalho e
Coordenadoria do Idoso
- Instituto de Águas e Esgotos do Piauí
Incorpora as atribuições da Coordenadoria de Fomento ao
Saneamento Rural, que será extinta
- Agência de Desenvolvimento da Habitação (ADH)
Centraliza toda a política de habitação do Estado, inclusive
processos de regularização fundiária urbana e gestão das carteiras
habitacionais da Emgerpi
- Idepi
Incorpora atribuições da Coordenadoria de Recursos Hídricos,
que será extinta. Passa a centralizar todas as obras e ações na área de
recursos hídricos do Estado
- DER
Passa a centralizar a manutenção e conservação de rodovias
pavimentadas e vicinais
- Fundespi
Incorpora as atribuições da CDSOL, que será extinta
- Fapepi
Incorpora as atribuições da Coordenadoria de Inovação
Tecnológica, que será extinta e assume as atividades desenvolvidas pela Sedet
no tocante a tecnologia e inovação
- Uespi
Incorpora as atribuições da Escola de Governo e do Instituto
Antonino Freire, que será extinto, e cria o Centro de Formação do Servidor
Antonino Freire
- Emgerpi
Ficará apenas com a gestão de pessoas
Órgãos extintos
• Coordenadoria do
Programa do Agronegócio e dos Cerrados;
• Coordenadoria de Fomento ao Saneamento Rural;
• Coordenadoria do Programa de Combate à Pobreza Rural;
• Coordenadoria do Programa de Apoio à Piscicultura;
• Coordenadoria do Programa de Educação por meio de Mediações
Tecnológicas;
• Coordenadoria do Desenvolvimento Social e Lazer;
• Coordenadoria do Programa de Mod. e Qualificação de
Empreendimentos Públicos;
• Coordenadoria do Programa de Gestão de Recursos Hídricos;
• Coordenadoria do Programa de Tecnologia e Inovação;
• Coordenadoria do Programa Mais Vida com Cidadania para o
Idoso;
• Coordenadoria de Infraestrutura Aeroportuária;
• Fundação Cepro;
• Secretaria do Trabalho e Emprego;
• Instituto Superior Antonino Freire (Extinto e atribuições
repassadas para a Uespi);
• Ouvidoria Geral (Extinta como Unidade Gestora, atribuições
repassadas para a CGE);
• Fepservh (Processo de Extinção);
• Gaspisa (Processo de Extinção);
• Porto Do Piauí (Processo de Extinção);
• Metrô (Processo de Extinção).
Avaliação
O secretário de Governo, Merlong Solano, ressalta que as
medidas constituem um esforço da administração estadual para evitar que o Piauí
sofra colapso semelhante ao de outros estados. “Vivemos um momento que inspira
grandes cuidados muito em razão da crise e também do déficit previdenciário. As
mudanças propostas primam pelo aspecto financeiro, mas também técnico, visando
à modernização da gestão pública", pontua.
O deputado estadual Fábio Novo destacou que toda a bancada
entende o esforço do governo em reduzir gastos para tornar a máquina pública
mais eficiente e que irão estudar a proposta e contribuir para que o Estado
consiga passar por essa crise sem prejudicar o andamento das ações. “São
medidas duras e necessárias e, como parlamentares, temos a missão de
contribuir. É por isso, também, que todos os deputados estaduais abdicaram de
assumir cargos no governo”, frisa o parlamentar.
A proposta de reforma administrativa deve ser protocolada
pelo governador Wellington Dias na Assembleia Legislativa na quinta-feira (14). Fonte: Segov
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