Após empréstimo, Dino vai liberar R$ 20 milhões em emendas a
aliados
Uma semana após a aprovação do projeto de lei de autoria do
Poder Executivo que autoriza a contração de empréstimo de R$ 623 milhões para o
pagamento de precatórios, o governador Flávio Dino (PCdoB) articula com seus
aliados na Assembleia Legislativa a liberação de pelo menos R$ 500 mil a cada
parlamentar, a título de emendas.
Os valores, segundo apurou O Estado, serão liberados
em duas parcelas: uma de R$ 150 mil – destinados à aplicação no São João de
municípios indicados pela base aliada –; outra de R$ 350 mil, a serem
direcionados para obras e ações em outras áreas.
Como são 42 os deputados estaduais, mas três deles – Adriano
Sarney (PV), César Pires (PV) e Wellington do Curso) – não devem ser agraciados
pelo governo, estima-se que o Estado tenha um gasto extra de R$ 19,5 milhões
com a liberação dessas emendas.
As tratativas para concretização da operação têm sido
conduzidas, no Legislativo, pelo líder do governo, deputado Rafael Leitoa
(PDT). À reportagem, ele confirmou o pagamento das emendas para o São João dos
municípios. Mas disse que a liberação do restante depende de viabilidade
financeira.
“Isso aí tá desenhado já, [a liberação de emenda] do São
João. E o restante será de acordo com a saúde financeira do Estado. Estamos
dialogando constantemente com os deputados. Posso confirmar essa questão do São
João, os demais a gente vai trabalhar, o governo se esforçando, obviamente
dialogando com os deputados, para, no decorrer do ano, fazer o restante da
liberação do orçamento aprovado”, declarou,
Moeda de troca
As definições sobre a liberação de emendas para o São João
ocorrem, coincidentemente, logo após a base aliada ao Palácio dos Leões
conseguir destravar na Assembleia a tramitação do pedido de autorização para
empréstimo de R$ 623 milhões, embora nenhum governista admita publicamente que
a demora na apreciação da matéria tenha sido usada como moeda de troca para a
garantia de benefícios do Executivo.
A nova postura do governo, no entanto, contrasta com decisões
mais recentes do chefe do Executivo. No Carnaval, por exemplo, Dino acabou
frustrando a base ao anunciar que não liberaria emendas para nenhum dos
aliados. A decisão acabou enfraquecendo festividades no interior do estado, sobretudo
em localidades representadas pelos membros da bancada governista.
No caso atual, a ideia de liberar as emendas após a aprovação
de matéria importante para o Palácio, acaba reforçando a tese de que trata-se
de um “prêmio” pela atuação dos aliados. (Com informações de O Estado do Maranhão).
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