Gosto de conjecturar sobre política, mesmo que isso desagrade
a algumas pessoas que não concordam com MINHAS análises e não são capazes de
entender que MEUS comentários são provenientes de minhas percepções sobre os
cenários políticos, baseados nos sintomas advindos deste setor e nas
informações recebidas de fontes confiáveis e respeitáveis.
O que tenho notado de mais importante no panorama político do
Maranhão é a mudança forçada de atitude do governador Flávio Dino.
Flávio passou todo o tempo de seu primeiro mandato como se na
verdade estivesse na oposição, o que lhe garantiu certa invulnerabilidade
quanto às críticas e aos ataques a si e a seu governo, durante aquele primeiro
tempo.
Agora, tendo começado o segundo tempo do jogo, ele parece ter
sido obrigado a voltar do vestiário com outra estratégia para a etapa
complementar da peleja.
Falar de Flávio Dino exige que se fale de seus adversários,
mesmo que em apenas um parágrafo, só para uma breve citação. Flávio não
conseguiu e jamais conseguirá destruir o homem que ele imagina que é seu
adversário. José Sarney. Digo isso pelo fato de Sarney não ser realmente seu
adversário. Sarney foi vencido sim, mas pelas mudanças ocorridas dentro de seu
próprio grupo, não por Flávio Dino. O posto de adversário de Flávio coube à
filha do ex-presidente. Ela sim, Dino realmente derrotou! Duas vezes! A
primeira por omissão, através de um preposto que jamais deveria ter assumido
esta incumbência, Lobão Filho, e a segunda em pessoa, coisa que eu jamais
pensei que ela o fizesse, e que por ter tido essa coragem, tem o meu respeito.
O Maranhão hoje tem em Flávio Dino seu novo comandante, com
direito a tudo o que o título traz em si. Continências e bajulações, além de
grandes responsabilidades.
O privilégio do comando acarreta grandes encargos e por isso
o Flávio Dino deste segundo tempo está envergando outra equipagem, outro
figurino, algo mais leve, mais palatável…
Desde o início, Flávio montou seu grupo nos escombros dos
grupos de dois ex-governadores que o antecederam, Jackson Lago e José Reinaldo
Tavares. Depois, esticou mais um pouco, metaforicamente falando, os longos
braços do poder e levou para si correligionários mais distantes e menos
prestigiados de Roseana e Lobão. Com esse elenco montou seu time. Devo
reconhecer que tem peças boas, caso de Ted Lago, Felipe Camarão, Carlos Lula,
Marcellus Ribeiro entre outros.
Herdou de Jackson quase todo o PDT. De Zé Reinaldo, herdou
seu sobrinho, Marcelo Tavares e seu fiel escudeiro, Carlos Brandão, a quem
confiou a gerência do palácio e o segundo posto da hierarquia do grupo,
respectivamente. De seu mesmo, só o amigo de longas datas, camarada comunista,
responsável pelas operações políticas e comunicativas, o hoje deputado federal
Marcio Jerry, filho do meu bom amigo João Francisco.
Pergunto-me como em tão pouco tempo esses camaradas chegaram
onde hoje estão!?… A única resposta que encontro é que foi graças à
incompetência de seus adversários!…
E ainda me perguntam o que vai acontecer!… Ora bolas, do
jeito que as coisas estão o grupo de Flávio Dino vai fazer barba, cabelo,
bigode… Mas não fará contorno! Deve eleger o próximo governador, que deve ser
Brandão, (o PDT de Weverton vai lutar para indicar o vice, Othelino ou
Edivaldo); o senador será o próprio Dino (se não for aventurar-se numa possível
candidatura presidencial); e mais de dois terços das representações
legislativas em âmbito estadual e federal.
Ele só corre um sério risco de derrota em todo esse cenário:
a prefeitura de São Luís! Esta parece estar destinada a ser comandada por
Eduardo Braide, o que de todo não é ruim para o grupo do governador, pois a
possibilidade de sucesso de um administrador da capital maranhense é mínima.
O que vai acontecer na política do Maranhão!? Não precisa ser
mágico para saber! Basta olhar!…
Joaquim
Haickel é advogado, poeta, contista e cronista
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