Romoyuki Gonçalves era natural de Cocal, no interior do
Piauí. Na foto, ele ao lado do filho caçula e da esposa
Foto: Reprodução Facebook
Carina Ramos, 26 anos, namorada da filha do casal encontrado
morto carbonizado no ABC, é descrita como ciumenta e controladora por
comerciantes que conviviam com ela e Ana Flávia Menezes Gonçalves, 24 anos. As
duas foram presas na última quarta-feira (29), suspeitas de participação nas
mortes do piauiense Romoyuki Gonçalves, sua mulher, Flaviana, e o filho do
casal, Juan.
Ana Flávia cuidava do quiosque de cosméticos da família no
São Bernardo Plaza Shopping, em São Bernardo do Campo. Segundo vendedoras e
comerciantes de lojas próximas, "ela gostava muito de conversar com todos,
mas mudava completamente quando Carina chegava ao local".
"Ela demonstrava ser muito ciumenta. A Ana não
conversava direito com a gente quando a Carina estava aqui", conta uma
vendedora que pediu à reportagem para não ser identificada.
Outra lojista disse que Ana ficava retraída com a presença de
Carina no quiosque. "Ela só falava com as clientes. E só o que era
necessário", diz. Ela ainda contou que quando Flaviana chegava ao
quiosque, a namorada da filha deixava o local. "Mas quando a mãe não
estava, Carina ficava todo tempo colada na Ana", descreve.
Ana Flávia e a namorada Carina Ramos
As vendedoras ainda contam que estranharam a aproximação de
Flaviana e Carina nas últimas semanas. "Elas chegaram a ficar juntas no
quiosque, o que não era normal", dizem.
O quiosque da família está fechado desde a última terça-feira
(28), quando a família foi encontrada morta. Eles também eram proprietários de
outro quiosque da mesma marca de cosméticos em um shopping de Mauá (ABC).
Emprego
As lojistas do shopping ainda afirmaram que Carina distribuiu
alguns currículo há alguma tempo, na esperança de conseguir uma vaga de
vendedora.
A reportagem teve acesso ao documento em que a jovem diz ter
feito cursos de auxiliar de necropsia, almoxarifado, administrativo e informática.
A reportagem foi até o endereço que consta no currículo de
Carina, em um condomínio popular do Jardim Santo André (ABC). O síndico do
edifício informou que a avó da jovem morava no local, mas ela se mudou há três
anos. "Ela nunca morou aqui, mas vinha bastante visitar a avó",
disse.
Resposta
O advogado Lucas Domingos, que defende Ana Flávia e Carina,
tem afirmado que as duas negam participação e autoria no crime.
Questionado sobre contradições nos depoimentos delas, ele
disse que, quando tiver acesso ao inquérito do caso, verificará "quais
são".
"Também preciso ter acesso às filmagens e falar melhor
com elas para constatar se de fato existem contradições. Tenho que ver o que
posso fazer para ajudá-las."
Ele afirmou que foi contratado por uma amiga das suspeitas,
que preferiu não identificar.
Fonte: Folhapress
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