A oposição criticou a articulação governista que garantiu a
manutenção do veto a reajustes de servidores públicos que atuam no combate à
pandemia de Covid-19. O veto havia sido rejeitado no Senado, mas foi mantido
nesta quinta-feira (20) pela Câmara dos Deputados.
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirmou que os
servidores públicos serão, novamente, prejudicados com o ajuste fiscal do
governo. “A saúde e a segurança pública são serviços públicos que atendem à
maioria pobre do Estado”, disse.
Com a manutenção do veto, segundo ela, prefeitos serão
proibidos de contratar agentes de saúde pública e outros profissionais
necessários.
A líder do PCdoB, deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC),
afirmou que a articulação demonstra que o governo federal não tem compromisso
com os profissionais que estão nas ruas durante a crise do coronavírus. “O que
o governo quer, de fato, é desconhecer a dedicação desses trabalhadores que
estão no enfrentamento da pandemia”, disse.
Foi a mesma crítica feita pelo líder do PSB, deputado
Alessandro Molon (PSB-RJ). “Não há dinheiro para defender o profissional de
saúde que morre como soldado na guerra para nos defender; mas há dinheiro para
aumentar a verba da Defesa quando não há guerra”, lamentou.
O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) afirmou que o reajuste
tem impacto financeiro pequeno diante de outros auxílios dado a grandes
empresários. Ele destacou que a medida foi aprovada pelo Congresso com amplo
apoio na votação inicial. “É a progressão na carreira, que é constitucional,
portanto legal, e aprovada em cada município e em cada estado”, ressaltou.
Injustiça
Para o deputado Subtenente Gonzaga (PDT-MG), a manutenção do
veto é injusta com profissionais que não podem permanecer em casa durante a
pandemia. “O que a nossa classe, o que os trabalhadores da segurança, da saúde,
da educação, estão a reivindicar é que não se cometa uma injustiça de congelar
a contagem do tempo, porque é um prejuízo que vai perdurar na carreira dessas pessoas.
E é um equívoco imaginar um impacto gigantesco do ponto de vista financeiro,
porque não serão atingidos os aposentados”, defendeu.
O líder da oposição, deputado André Figueiredo (PDT-CE),
afirmou que vai permanecer “nas trincheiras para defender o servidor público”.
“A conta da pandemia não pode cair nas costas de quem trabalha para o bem do
Brasil; tem que cair nas mãos dos banqueiros que, infelizmente, têm todas as
benesses do governo federal”, condenou.
A suspensão de reajustes salariais até 2021 foi exigida pelo
Poder Executivo em troca do socorro financeiro de R$ 125 bilhões aos entes federativos
em razão da Covid-19.
Fonte: Agência Câmara de Notícias
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